quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta – Anos 1990


No começo dos anos 1990, o Farol, era muito divertido. Mas, a coisa ainda era precária. As casas de alugar só tinham latrinas, poucas tinham chuveiro. O que levava grande parte dos turistas até casas de banho na prainha, que tinha chuveiro quente com água vinda de poços artesianos. As filas de banho eram verdadeiros eventos sociais, onde mais da metade das armações nunca se realizavam, hora de contar os sobreviventes pra próxima jornada, saber das novidades. Também, era hora da crueldade. Quando algum novato demorava no banho, caía a chave de luz e água esfriava. Seguia-se um grito ou gemido. A galera se finava, dando altas gargalhadas ou vaiava. Ninguém avisava o novato, só pra dar umas risadas e pegar no pé do vacilão.

A fama da noite no Farol durou mais alguns anos com os bares de sinuca, regae e rock.  Mas, o lugar foi enchendo, com esgoto a céu aberto, tudo mais caro e os primeiros cercados. Os surfistas caretearam... Continuava-se passando dia com mesma roupa, os acelerados encontros e desencontros noturnos persistiam.  Certa feita, ouvi duma paulista sua admiração pelo lugar. Segundo ela, ninguém ia ou curtia a praia de manhã, saiam para passeios à tarde e na noite parecia que todos se multiplicavam.  Entendi, mais ou menos.


“O que atraía e ainda atrai gente ao Farol é um visual selvagem, os rochedos, Morro do Céu e o Farol. O Farol reina soberano no alto do morro de dia e sobre tudo à noite, quando além de sua função principal, a de guiar os navegantes, cria uma atmosfera romântica no seu entorno, entrando pelas janelas, passando pelas casas, rochedos e morros.”

Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta 

https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI

Dias atuais...
























terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta 1987 – Verão da Lata



Com o aumento constante do surf, o ambiente começou a mudar.  Hordas de turistas invadiram Santa Catarina, as famílias de pescadores, aproveitando a ocasião alugavam suas casas para eles, indo parar nos barracos de pesca, ou iam para casebres piores dos que moravam. Nós, mochileiros, fomos facilmente esquecidos e os lugares para camping selvagem acabaram.

Daí, para surgirem os pequenos restaurantes, casinhas de aluguel foi um passo rápido. O Farol de Santa Marta deixava de ser uma terra esquecida. Os 16 km de terras arenosas mar à dentro, o Farol é um cabo de mar, já não eram capazes de isolar ou esconder aquele magistral cenário.
O Farol foi uma vila de pescadores com seus galinheiros, cabras soltas, chiqueiros e bois que invadiam a prainha, correndo o povo todo.  Resquícios deste passado não incomodavam os malucos que se aventuravam ir até lá em busca de Liberdade com um visual absolutamente impactante. 

Apareceram os bares, botecos muito loucos como o saudoso Sobrenatural e o bar do Baiano. A maioria das casas era bem simples, de madeira, sem pintura com pátios sem cercas. Podia-se andar livremente em qualquer direção. De qualquer ponto se avistava o mar azul e farol.

Em 1987 a maré no farol se agitou. O grupo dos surfistas, que estavam mais para escola australiana do surf, aquela conhecida pela curtição do surf, natureza e pelo cigarro do capeta, se misturou com os malucos notívagos. Os dois grupos conviviam bem, até por que se cruzavam pouco. Surfistas acordavam cedo para o surf, bem na hora que os notívagos iam pra cama.


Ocorre que naquele ano, no mês de setembro, um navio que vinha da Austrália, chamado de Solana Star, despejou no litoral do Rio de Janeiro, 22 toneladas de maconha enlatada, que boiaram por todos os cantos do litoral brasileiro. O produto, segundo usuários, era de altíssima qualidade. Os nativos que nunca não se incomodaram com as extravagâncias dos mochileiros, com a onda de surfistas e latas, viu o local borbulhar. Não se meteram com estas histórias, tolerando todas as excentricidades da galera. Naquele ano o verão durou seis meses.


Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta 

https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI


Dias Atuais...


















segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta – Anos 1980


Nos anos mil novecentos e oitenta, o rock invadiu as rádios e o surf se espraiou pela costa brasileira. Naquele tempo, as praias de Santa Catarina eram desfrutadas por gaúchos tidos como aventureiros, praticamente isoladas, tinham pouco valor para os locais.

Foi nesta época que conheci o Farol de Santa Marta.  Tempos em que era possível passar dias gastando nada, graças à generosidade dos pescadores. Agente se abrigava nos barracos de pesca e a dieta consistia em café, peixe e cachaça.

Com pouca grana, enfrentávamos a BR 101 de carona, ouvindo invariavelmente todos os tipos de histórias e confissões dos caminhoneiros. A coisa funcionava para minha turma assim: Tamos sem grana... Então, vamos para um lugar mais bonito. Dedão na estrada e pronto, chegávamos ao paraíso. Com trocados, algum rango de casa, feriadões se tornaram temporadas. Às vezes, o retorno era dramático com fome e cansaço. Que nem na música do Nei Lisboa, tínhamos que vender história para o jantar.


Algumas coisas pareciam exóticas. Por exemplo, um simples pedido de informação era respondido com um “segue toda vida, né... Com quebras pra lá ou pra cá. Os nativos ainda mediam a distância em palheiros (cigarro de palha de milho). Cada palheiro levava cerca de vinte minutos. Tempo pra fechar o cigarro e fumar. Isso nos divertia a ponto de pararmos para pedir informação sem necessidade, apenas para ouvir isso. De quando em vez, adicionávamos a pergunta, se era um palheiro à pé ou de carro. Isto embaralhava a cabeça dos nativos, tamanha a ingenuidade. 


Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta 

https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI


Dias atuais... 


















segunda-feira, 8 de julho de 2013

PINGUELA DE IPANEMA PODE IR POR ÁGUA A BAIXO

Em 27 junho, escrevi o texto abaixo para publicar na página "FB"de um grupo denominado Ipanema: Eu moro, eu cuido. O resultado foi alguns comentários e uma sugestão de que procurasse uma secretaria competente. Através da lista de sua lista de pleitos do grupo, publicada em 04.07.2013, percebe-se que são bem intencionados. As medidas na sua grande maioria são importantes para a qualificação do bairro. Entre outras coisas senti a falta na lista de bebedouros, sanitários públicos e mais lixeiras, elementos civilizatórios em qualquer plano de desenvolvimento urbanístico.

Lamento não terem incluído a reformulação da "Pinguela de Ipanema", cujo o texto inicial segue com um novo adendo, no instante em que me preparo para as devidas providências. Já que o "Eu moro, eu cuido", não se interessou muito pelo assunto, que julgo da maior pertinência.

No final de 2009, Professor Garcia, então Secretário do Meio Ambiente, prometeu aos moradores a construção de 130 metros de trapiche, em continuação ao que existe na Rua Othelo Rosa. A obra serviria para ancoragem de barcos de turismo e seria um novo marco para o bairro.
Professor Garcia de suspensório prometendo aos moradores o tal trapiche
(Soubemos através de comentário no "FB" que o trapiche prometido seria um dos quatro que constavam no antigo projeto "Guaíba Vive".)

O tempo passou, e em 2012, a prefeitura construiu uma pinguelinha em lugar do prometido trapiche. Com aproximadamente 1/3 do tamanho prometido, a MICO OBRA até que ficou bonitinha com o Barco Travessia ao Fundo. Com o custo declarado de R$ 43.000,00, a obra chamou atenção pela fragilidade do material utilizado (cordas e poucos cabos de aço).

Alguns moradores mais experientes de pronto intuíram: - Não vai durar um inverno!”
Não deu outra, antes do inverno um módulo se soltou e foi parar a uns 150 metros da MICO OBRA. 


Por sorte, não foi arrastada até a parte navegável do Guaíba onde poderia ter causado algum acidente grave. Uma alma caridosa levou o módulo solto até a pinguelinha.



Ressaltamos que se nenhuma atitude for tomada, existe grande possibilidade de uma cheia no Guaíba, aliadas a ventos fortes, eventos naturais no inverno, levar pedaços da pinguela Guaíba a abaixo e provocar um acidente com alguma embarcação.

A pinguela de Ipanema é um elemento representativo do desrespeito com o dinheiro público, além trazer riscos à segurança da navegação na região se não forem feito reparos na estrutura, inclusive com a substituição de materiais.

Pergunta: Tem algum vereador da região que possa nos ajudar?

ADENDO
Passaram-se alguns dias. em 08.07.2013, novamente um módulo da pinguela soltou-se e foi parar a 150 metros do bloco original.

Desta vez juntamos ao post, fotos que mostram em detalhes a fragilidade do material irresponsavelmente utilizados na pinguela. Note-se que os materiais não são próprios para o constante atrito entre os módulos. 

Estamos tomando providências para descobrirmos o responsáveis pela barbeiragem, bem como para que sejam tomadas as providências cabíveis em nome da segurança da navegação no Guaíba.

POAemMovimento

POAemMovimento é coletivo de arte, dedicado a exercer a voz da cidadania, com o uso sem restrição, de toda e qualquer forma de expressão artística.

Advogado e Artista Plástico

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