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sábado, 31 de agosto de 2019

A Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Lagoa / Florianópolis-SC


Prólogo
 Os primeiros relatos da Ilha de Santa Catarina datam de 1504. Tempo em o navegador Francês Binot Paulmier de Gonneville chegou a São Francisco do Sul, vindo a narrar a existência de uma ilha habitada por uma imensa população indígena da etnia Karaí Guarani, a tribo dos Carijós. A partir daí o local se tornou o entreposto para navios de piratas, expedições portuguesas e espanholas, que faziam uma pausa na ilha para abastecer-se de água e reparar suas embarcações.

No ano de 1514 os navegadores Nuno Manuel e Cristóvão de Haro, em passagem pelo atlântico sul, deram a Ilha o nome de Ilha dos Patos, devido a grande capacidade para a natação demonstrada pelos indígenas locais.

No ano seguinte, uma malograda expedição espanhola ao Rio da prata (Uruguai), capitaneada por juan Díaz de Solis, culminou com um naufrágio na barra de Laguna, no qual sobreviveram apenas 11 marujos, que agarrados aos destroços do navio foram parar na tal Ilha dos Patos. Acolhidos pela tribo dos Carijós, os náufragos deram início a uma intensa miscigenação. 



Em 1526, Sebastião Gaboto, navegador italiano a serviço da Espanha, de passagem por aquelas bandas, chamou o lugar de Ilha de Santa Catarina de Porto dos Patos. Sendo que o mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529, a ilha aprece apenas com a denominação de “Ilha de Santa Catarina”.


A Freguesia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Lagoa


Passadas as disputas pelas linhas de fronteiras, na metade do século XVIII, a coroa portuguesa resolveu colonizar a Ilha com o propósito de garantir a sua posse. Para tanto, recorreu ao povo das Ilhas dos Açores, uma vez que o arquipélago sofria com uma grande explosão populacional e aos males provocados por terremotos.

Entre os anos 1748 e 1756, levas de imigrantes foram distribuídas pelo território da ilha em localidades afastadas uma das outras, denominadas de freguesias. Cada freguesia tinha autonomia administrativa com igreja e polícia próprias.


A freguesia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Lagoa, fundada em 1750, ao lado da freguesia de Santo Antônio de Lisboa são as duas mais antigas da Ilha. Por esta razão, a Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Lagoa é uma das mais antigas da Ilha de Santa Catarina.

A Construção colonial possui atributos da arquitetura portuguesa com adaptações ao modelo das primeiras igrejas brasileiras. Notem-se os elementos estruturais de pedras de tamanhos variados, cuidadosamente encaixados e impermeabilização feita a base de óleo de baleia.







quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

UM POUCO SOBRE O PARQUE DE ITAPUÃ


Durante grande parte da minha vida acampei no Itapuã. Era um campismo verdadeiramente selvagem. Caminhávamos quase 08 quilômetros do fim da linha do ônibus até a praia do Sítio. Acompanhei pessoal mente a transformação daquela imensa área em parque. Vi algumas pedreiras ainda funcionando, conheci os últimos pescadores e donos propriedades que insistiam em permanecer no local.

Eu e uma galera fazíamos trilhas por todos os cantos, acordávamos com bugios, convivíamos com as caranguejeiras. Banho de rio no inverno e verão (minha asma ficou crônica). Com o passar dos anos levávamos cada vez menos bagagem, dizíamos que aquilo era para quem tinha teste de sobrevivência.

Pra reservar histórias de camping para uma oportunidade futura, digo apenas que quando a área do parque ficou definitivamente delimitada, várias vezes entramos clandestinamente naquele que pra nós era um verdadeiro santuário. Inclusive em algumas destas incursões, fomos retirados à força pela polícia ambiental.

O atual Parque de Itapuã resultou da luta do ambientalista José Lutzemberger, que apaixonado pelo espetacular cenário da região, empreendeu uma luta pela preservação do local. Na época as pedreiras estavam disseminadas pela região comprometendo seriamente ecossistema.  Mesmo sobre protestos de moradores, o Parque Estadual se firmou e até hoje conserva a beleza imensurável de seus morros, fauna e flora.  

Confesso que hoje quando vou ao parque me sinto um pouco limitado, pois tive o prazer de andar livremente por toda aquela região.  Passei dias nos picos dos morros, curtido o poderoso visual. Dormi na beira praia, me diverti com causos em volta da fogueira. Sei que não devo reclamar da condição atual. Tenho minhas críticas quanto ao manejo e estruturação do parque. Assim como, penso que a população do entorno poderia participar efetivamente da gestão.  

Mesmo que seja por algumas horas, quando vou ao Parque de Itapuã, mato parte da saudade daquele que foi para mim um verdadeiro segundo lar.

“Eu moro em Ipanema e vou sempre acampar, na Praia do Sítio meu segundo lar.” (Trecho da Canção Praia do Sítio de Cylmarcus Dewitt)

Uma visita ao Parque de Itapuã é programa absolutamente incrível. O parque atualmente possui duas praias abertas ao público. As praias da Pedreira e Pombas têm águas limpas e um visual estonteante. Elas ficam abertas das 9h às 18h, de Quartas-feiras a domingos, a entrada custa R$ 6,12.

Nestes dias de calor é bom chegar cedo, a entrada é limitada. Leve seu lanche. Não tem som alto e nem vendedores ambulantes.  Sim, existe um lugar assim!














                                                                                                                           

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta - 2015


Passei um tempo sem ir até o Farol. Grande parte da beleza visual ainda pode ser apreciada. Foi fácil perceber em 2015, as casas “de cinema” que chegaram com tudo, as cercas variadas e o trânsito em mão única. Não se pode mais cruzar o local por onde bem entender. Não sei o que aconteceu, mas não tem mais diversão noturna.  As pousadas se multiplicaram. A falta de saneamento adequado faz com que o solo não consiga absorver o excesso das fossas sépticas e o esgoto é drenado para a prainha. O cheiro do esgoto é insuportável. Mas, alguns menos avisados ainda usam a prainha.

A beleza do morro do céu resiste, apesar da falta de trilhas orientadas, obras de contensão de encostas e as motos que dão início à erosão. A praia do sul - Cardoso e a do norte - Galheta estão em condições. Galheta por ser deserta, oferece uma bela extensão para caminha de aproximadamente 4 Km. Ainda não sofreu ataque direto da especulação imobiliária. Ainda, por que existe um condomínio da Família Ronaldinho rondando esta praia. Também, existe um condomínio fechado no Cardoso, com torre e vigia e tudo mais.

Também, paira uma séria ameaça aos sítios arqueológicos do Farol chamados sambaquis. Os sambaquis são enormes depósitos à céu aberto, de restos de comida acumulados a milhares de anos, locais por vezes usados cemitério, alguns os chamam de concheiros ou casqueiros. Os restos apontam para uma população muito volumosa, que teria habitado toda aquela parte do litoral brasileiro.       


Quando nos anos 1.500 os primeiros navegadores chegaram até lá encontraram a tribo dos Carijós, um grupo bem numeroso. Porém, este grupo não se compara às estimativas populacionais feitas com base nos estudos dos sambaquis. Estes sítios pré-históricos, já foram usados para aterrar ruas, em concreto de construções e por vezes são estilhaçados por turistas e motos. Os sambaquis são pré-históricos. Em Laguna foram encontrados sambaquis com até 5 mil anos de idade. 
























quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta – Anos 1990


No começo dos anos 1990, o Farol, era muito divertido. Mas, a coisa ainda era precária. As casas de alugar só tinham latrinas, poucas tinham chuveiro. O que levava grande parte dos turistas até casas de banho na prainha, que tinha chuveiro quente com água vinda de poços artesianos. As filas de banho eram verdadeiros eventos sociais, onde mais da metade das armações nunca se realizavam, hora de contar os sobreviventes pra próxima jornada, saber das novidades. Também, era hora da crueldade. Quando algum novato demorava no banho, caía a chave de luz e água esfriava. Seguia-se um grito ou gemido. A galera se finava, dando altas gargalhadas ou vaiava. Ninguém avisava o novato, só pra dar umas risadas e pegar no pé do vacilão.

A fama da noite no Farol durou mais alguns anos com os bares de sinuca, regae e rock.  Mas, o lugar foi enchendo, com esgoto a céu aberto, tudo mais caro e os primeiros cercados. Os surfistas caretearam... Continuava-se passando dia com mesma roupa, os acelerados encontros e desencontros noturnos persistiam.  Certa feita, ouvi duma paulista sua admiração pelo lugar. Segundo ela, ninguém ia ou curtia a praia de manhã, saiam para passeios à tarde e na noite parecia que todos se multiplicavam.  Entendi, mais ou menos.


“O que atraía e ainda atrai gente ao Farol é um visual selvagem, os rochedos, Morro do Céu e o Farol. O Farol reina soberano no alto do morro de dia e sobre tudo à noite, quando além de sua função principal, a de guiar os navegantes, cria uma atmosfera romântica no seu entorno, entrando pelas janelas, passando pelas casas, rochedos e morros.”

Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta 

https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI

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Advogado e Artista Plástico

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