Eu, Famoso Quem (?), e o Carbon Kid, combinamos que cada um escreveria suas considerações finais, sobre a Instalação Poética Pá-Pírus. Só, que quando li o texto do Kid, achei que ele, além de expressar muito bem, havia relatado tudo o que eu gostaria de dizer na sétima história de Pá-Pírus. Razão pela qual faço das palavras dele literalmente as minhas palavras.
- Mas, é claro, não saio de cena, sem antes contar outra história.
Certa feita, quando voltava de uma pesquisa no arquivo da Zero Hora, a respeito do passado do Famoso Quem (?), assisti a um causo interessante. Caminhava na calçada da av. Bastian, Menino Deus. Na minha frente ia um magrão alto, esquio de muchila e skate. Mais à frente três crianças brincavam com dois skates. O magrão pára e fala para as crianças: - Três crianças e dois skates. (olha para o menino sem skate e entrega o seu skate). Arremata. – Agora tá certo, eu não vou mais andar de skate.
Vira as costas e vai em frente feliz, leve e flutuante. As crianças incrédulas olham para o skate e para magrão que vai se afastando. Uma diz: - bah! É melhor que do que o meu. Quando vou passando pelas crianças escuto: - Oooo, magrão, eu sou teu fã. – Eu, também... – Quem é aquele cara? – Num sei ...
Tenho certeza de que as crianças vão crescer e jamais se esquecerão deste dia. Nem eu desse instante mágico que reuniu cinco anônimos numa calçada de Porto Alegre.
Moral da História: - Momentos mágicos ainda acontecem. E um grande número deles aconteceu durante a Instalação Poética Pá-Pírus.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS POR CARBON KID
Como minha primeira experiência, achei ótimo ter estado expondo e divulgando minha obra poética pictórica no saguão da Usina do Gasômetro junto com o Famoso Quem (?).
Tivemos a oportunidade de discutir com alguns visitantes e transar novas análises sobre o magnífico equilíbrio do nosso trabalho, poesias, vida e outros assuntos mirabolantes.
Estar exposto a tantas emoções e pessoas, por tantos dias, parecia-me surreal, ficávamos ansiosos e até nervosos, trocando idéias com os malucos que vinham nos cumprimentar, até “aprendi a afinar um violão”...
Ver sua arte sendo discutida e sentir que as reflexões atingiram outras mentes, é muito gratificante! A magnitude da troca de energia. Ouvir e discutir opiniões sobre a necessidade de se expressar. Penetrar no jogo pictórico da manifestação da vida é choque que cria a fagulha que explode novos pontos de criatividade e transpassa a espessa barreira da realidade...
Até o último dia de guerra, permanecemos atentos ao público, sempre comemorando pelos bares e dando vivas pelas congratulações que recebíamos.
Agradecemos a todos os amigos, familiares e colaboradores que nos ajudaram para que isso se realizasse!
A piração permanece no ar...aguarde... Se alguém quiser ler outra história sobre a instalação é só pedir. Não fazemos entrega a domicílio. Mas, teremos o maquicimo prazer em escrevê-la para usted.