Leonel Braz integra o POAemMovimento, um coletivo de arte
dedicado a exercer a voz da cidadania, com uso sem restrição de toda e qualquer
forma de expressão artística. Neste sentido, o coletivo ao longo dos anos vem
se dedicando à performance, fotografia e especialmente à produção em vídeo.
As performances geralmente estão ligadas a temas da ecocidadania
porto-alegrense, como foi no caso Pontal do Estaleiro, e recentemente na
discussão sobre um projeto de Cais Mauá, verdadeiramente democrático.Há espaço para a produção de clipes documentários,
cite-se o exemplo o vídeo “Quantas Copas Por uma Copa”: https://www.youtube.com/watch?v=Tlo7Pq8hAww
POAemMovimento também produz vídeos dedicados a não menos importante prática da contemplação artística, como é o caso dos vídeos da Série “Vídeo de Verão”.
Lusco-fusco é o momento de transição entre o dia e a noite, ou seja o crepúsculo vespertino e o crepúsculo matutino. Também, é o momento do dia proprício à meditação através da simples contemplação do horizonte . Nosso lusco-fusco no caso é no ocaso (pôr do sol) às margens plácidas (tranquilas) das águas do Guaíba.
Caminhando por uma praia do litoral norte gaúcho me deparei com siluetas e miragens desenhadas na areia.
A composição era bastante interessante: as águas da maré, as algas marrons e a areia interagindo, fazendo desenhos que se transformavam a cada avanço e recuo das ondas.
A primeira coisa que me veio à cabeça foi: “arte efêmera”. Saquei a máquina digital e capturei alguns destes momentos.
Pesquisando sobre o assunto encontrei o seguinte comentário deMirtes P. Peroger sobre arte efêmera:
“Primeiro contemplar, admirar, observar o que a Natureza já descartou, pois cumpriu seu papel, para então criar, realizar, imprimir ação: agir, interagir, buscar, se perder em meio à beleza, seja ela viva, morta ou... Efêmera! Trabalhar os sentidos, as emoções! Uma abertura de visão para as coisas simples, que estão ali, muita vez sob nossos pés, mas que podem virar "ARTE" em pouco tempo e assim também desaparecer em minutos... Ao primeiro vento, ao sinal do tempo, pela ação dos passantes... É o trabalho interno do "desprendimento" das coisas materiais, restando apenas o momento: através das fotos, que eternizama arte efêmera.”
Um comentário perfeito para descrever aqueles inusitados momentos em que o olhar criativo humano se deparou com a Mãe Natureza fazendo as vezes de artista plástica.
Este encontro com a arte efêmera foi possível graças ao fenômeno conhecido como
“mar chocolatão”. Esta expressão é utilizada pelos veranistas gaúchos para designar as condições do mar nos dias em que ele apresenta a cor amarronzada. A visão causa desconforto e preocupação. Poucos banhistas se arriscam a entrar na água.
A cor marrom se deve a uma substância oleosa composta por algas pardas mortas acumuladas no fundo do mar, que de vez em quando se deslocam destes depósitos para as praias e areias do litoral gaúcho. As mudanças de fluxo nas marés, correntes marinhas, ventos e as variações de temperatura são algumas das causas para a movimentação desta substância amarronzada rumo à costa litorânea.