Passei um tempo sem ir até o Farol. Grande parte da beleza
visual ainda pode ser apreciada. Foi fácil perceber em 2015, as casas “de
cinema” que chegaram com tudo, as cercas variadas e o trânsito em mão única. Não
se pode mais cruzar o local por onde bem entender. Não sei o que aconteceu, mas
não tem mais diversão noturna. As
pousadas se multiplicaram. A falta de saneamento adequado faz com que o solo
não consiga absorver o excesso das fossas sépticas e o esgoto é drenado para a
prainha. O cheiro do esgoto é insuportável. Mas, alguns menos avisados ainda
usam a prainha.
A beleza do morro do céu resiste, apesar da falta de trilhas
orientadas, obras de contensão de encostas e as motos que dão início à erosão.
A praia do sul - Cardoso e a do norte - Galheta estão em condições. Galheta por
ser deserta, oferece uma bela extensão para caminha de aproximadamente 4 Km. Ainda
não sofreu ataque direto da especulação imobiliária. Ainda, por que existe um
condomínio da Família Ronaldinho rondando esta praia. Também, existe um
condomínio fechado no Cardoso, com torre e vigia e tudo mais.
Também, paira uma séria ameaça aos sítios arqueológicos do
Farol chamados sambaquis. Os sambaquis são enormes depósitos à céu aberto, de
restos de comida acumulados a milhares de anos, locais por vezes usados cemitério,
alguns os chamam de concheiros ou casqueiros. Os restos apontam para uma
população muito volumosa, que teria habitado toda aquela parte do litoral brasileiro.
Quando nos anos 1.500 os primeiros navegadores chegaram até
lá encontraram a tribo dos Carijós, um grupo bem numeroso. Porém, este grupo
não se compara às estimativas populacionais feitas com base nos estudos dos
sambaquis. Estes sítios pré-históricos, já foram usados para aterrar ruas, em
concreto de construções e por vezes são estilhaçados por turistas e motos. Os
sambaquis são pré-históricos. Em Laguna foram encontrados sambaquis com até 5
mil anos de idade.