segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

JUSTINO CHAPLIN É TRI Nº 3 - SARAVÁ MACUMBA BRANCA OU MACUMBÓDROMO URGENTE





Por conta da intolerância religiosa a humanidade assistiu a sangrentos combates que invariavelmente ceifaram a vida de milhões de inocentes. Exemplos não faltam na história do mundo. Atualmente os talibãs, israelenses, palestinos, os xiitas, curdos, os cristãos ortodoxos da Sérvia, os sicks da Índia, entre vários povos; mantém viva a chama da discórdia em nome de Deus. Manchetes de massacres em nome da fé ocupam quase que diariamente o noticioso internacional.

vista do monumento à divindade Oxum
Sobre tolerância religiosa, nós da grande e pacífica nação brasileira, temos muito que ensinar ao mundo. Pois, não só oferecemos nossas terras aos milhares de imigrantes famintos,que aqui chegaram com suas famílias, como também ao longo do tempo, soubemos respeitar e valorizar seus costumes e crenças.

Neste sentido, o artigo 5º, no seu inciso VI, de nossa lei fundamental, a Constituição Federal, consagrou esta prática de nossa sociedade, a da tolerância religiosa, estabelecendo o seguinte:

“é inviolável a liberdade consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”


Justino Chaplin e Swami Benevenutto celebram a diversidade religiosa
em frente ao belíssimo monumento à Divindade africana Oxum - Ipanema - Porto Alegre

Fazemos estas considerações iniciais para procurar trazer ao tema “MACUMBÓDROMO” a seriedade, profundidade e o respeito que o assunto merece. O respeito à religião é uma realidade na esmagadora maioria de lares brasileiros. Sob este aspecto o Brasil é uma sociedade na qual a democracia religiosa efetivamente faz parte do seu cotidiano.




No entanto, numa sociedade de participação coletiva como a nossa, a liberdade não é valor absoluto. Deve respeitar limites para a manutenção da harmonia entre os integrantes que a formam. Diz o dito popular: “Nossa liberdade termina onde começa a do outro.”

Oferendas aos deuses são feitas desde a antiguidade. Romanos faziam adivinhações observando vísceras de animais. Sacrifício de animais, oferta de alimentos e objetos simbólicos às divindades fazem parte da historia de nossos povos ancestrais.


Ainda hoje, judeus imolam carneiros. As religiões afro-brasileiras em seus rituais sacrificam animais e os entregam aos deuses junto com alimentos e objetos nas nossas ruas, praças, parques; orlas de rios, lagos e no oceano.

Não nos cabe perquirir a validade e os sentimentos que levam a essas práticas ritualísticas. Muito menos lançar críticas, argumentações pejorativas ou malidicentes. Pois, como já dissemos perante a lei e no íntimo do povo brasileiro impera a liberdade de religião e culto.

Evidentemente à liberdade de culto deve ser atribuída a responsabilidade de não interferir na vida daqueles que não compartilham das mesmas crenças. Por isso não somos contra às oferendas. Apenas, achamos que estas devam ser feitas em local especial preparado para este fim: um macumbódromo.


Informamos que o termo “macumbódromo” não é nossa criação, foi cunhado pelo político Alceu de Deus Collares, ex-prefeito de Porto Alegre.

Os motivos que nos fazem sugerir esta pauta para discussão da sociedade são o elevado número de oferendas que os integrantes das religiões afro-brasileiras espalham pela nossa cidade. Em certas épocas do ano, milhares de carcaças de animais e alimentos jogados ao chão são avistados por toda a população, como já dissemos em ruas parques, praças e orla do rio Guaíba.

Em pleno céu aberto este tipo de oferenda entra rapidamente em estado de putrefação, dando origem a vermes. São larvas de moscas, que após a metamorfose invadem as casas da população independentemente da sua opção espiritual, trazendo-lhes riscos à saúde. Insetos desta natureza são vetores para a contaminação de alimentos e o desenvolvimento de uma infinidade moléstias graves. Também, esta prática contamina o rio com proliferação de milhares de colônias de bactérias. Prejudicando nosso abastecimento de água e aumentando os custos para tratamento de descontaminação.

O odor da putrefação é desagradável e prejudicial ao ser humano, inclusive contamina o ar. Pelo ar pode ser transmitido um número considerável de doenças que vão das diarréias às perturbações e infecções respiratórias em indivíduos alérgicos ou não.

Lembramos ainda, que as velas acesas junto às árvores constituem um verdadeiro crime ecológico. Muitas vezes, por conta da devoção, frondosas árvores são incendiadas e anos de trabalho da natureza se transformam em carvão e cinzas. Isto tem que acabar!

Acreditamos que pertence às lideranças deste segmento religioso a missão de rever esta ritualística e adequá-la aos moldes dos dias de hoje. Sob pena de no futuro virem a sofrer o preconceito social pelos danos que causam ao meio ambiente e mais do que isso sofrer a intervenção dos órgãos governamentais por conta da saúde pública, que é um bem tão importante quanto os bens ligados à espiritualidade.

Em nosso vídeo “Saravá Macumba Branca”, procuramos de forma bem humorada trazer à discussão este tema polêmico; não é um deboche. Pois, ainda que tenha tido uma educação católica apostólica romana, eu Famosos Quem (?), sempre tive entes queridos muito próximos ligados às religiões afro-brasileiras, coisa da qual muito me orgulho. Na minha casa sempre houve respeito e compreensão entre as diferentes formas de se falar com Deus. Jamais brincaria com assunto desta magnetude.

Por último, gostaríamos de dizer que a tolerância religiosa é um dos traços marcantes que compõem a nossa brasilidade e que confiamos ao “Justino Chaplin” a importante tarefa de apresentar ao público através de uma performance nosso ponto de vista. Acho que ele deu conta do recado. Agradecemos a participação do swami Benevenutto que trouxe ao trabalho o colorido e a poesia da cultura tibetana.



Swami Benevenutto no dia do Rio Guaíba protestou
pela falta de banheiros e sanitários na orla de Ipanema

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

JUSTINO CHAPLIN É TRI Nº 2 - PROTESTO PELA REVOGAÇÃO DA LEI 470






PELA REVOGAÇÃO DA LEI MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE Nº470 DE 02.01.2002

Não é de hoje, que leis importantes para a cidade de Porto Alegre são editadas e ou sancionadas “meio que na surdina”. Sem a imprensa para divulgar a baixaria os políticos fogem do julgamento da população. Assim ocorreu com a lei 470. Sancionada em 02.0.2002. Destinada a viabilizar o pagamento de indenizações trabalhistas do antigo Estaleiro Só, esta lei iniciou o processo de privatização da Orla do Rio Guaíba (o correto seria buscar a indenização no patrimônio particular daqueles que causaram a falência).


Como bem sabemos a orla é patrimônio público e inalienável. Quem finge não saber disso são nossos representantes políticos. Que lançando mão de leis espúrias e interesses no mínimo duvidosos insistem em querer privatizar aquilo que por direito e natureza é bem de uso comum.


Tal espírito coloca à frente do direito do cidadão à boa qualidade de vida, o interesse privado sob o pretexto do desenvolvimento econômico. Com essas idéias Porto Alegre viu seu imenso rio apodrecer e agonizar. Não podemos dizer que não fomos avisados. Lutzemberger e outros bem que se esforçaram. Mas, prevaleceu o interesse econômico. E vejam no que deu...


Por isso, apresentamos o texto da lei na íntegra, para que todos conheçam seu conteúdo e quais foram os mentores desta atrocidade contra o nosso rio.

LEI COMPLEMENTAR Nº 470, 02 de janeiro de 2002.

Cria a Subunidade de Estruturação Urbana 03 da UEU 4036, referente à área do Estaleiro Só, define seu regime urbanístico e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE.

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1º Fica criada a Subunidade de Estruturação Urbana 03 da Unidade de Estruturação Urbana 4036, cujos limites constam no Anexo desta Lei.

Art. 2º Fica mantida a classificação de Área Especial para toda Unidade de Estruturação Urbana 4036, tal como se encontra na Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, que instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, e definido o regime urbanístico para as edificações da Subunidade 03, criada pelo artigo anterior, com as seguintes especificações:

I - Densidade Bruta: Código 25, conforme projeto específico;

II - Atividades: Código 15.2, com definição de ocupação, para uso privado, de atividades de interesse cultural, turístico e paisagístico, relacionadas no Anexo 5.2 da Lei Complementar nº 434, de 1999, vedado habitação, comércio atacadista e indústria, e sendo permitido:

a) comércio varejista, exceto depósitos ou postos de revenda de gás, funerárias e postos de abastecimento que não estejam vinculados à atividade náutica;

b) serviços, exceto oficinas que não estejam vinculadas à atividade náutica;

c) atividades especiais, admitida somente a instalação de arenas esportivas, de marinas e equipamentos correlatos;

III - Índice de aproveitamento: 1,0 (um);

IV - Volumetria: Código 25, altura e taxa de ocupação a serem definidas no Estudo de Viabilidade Urbanística - EVU.

Art. 3º A implantação de edificações e atividades na Subunidade de Estruturação Urbana 03 da Unidade de Estruturação Urbana 4036 será sempre objeto de Estudo de Viabilidade Urbanística.

Art. 4º Na área de que trata o art. 1º desta Lei Complementar, o percentual destinado à área pública será constituído por um parque urbano com acessibilidade pública, a ser urbanizado pelo empreendedor conforme projeto aprovado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, privilegiando a integração da população com o Guaíba e seu acesso a toda orla pertencente à gleba.

Art. 5º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 02 de janeiro de 2002.

Tarso Genro,
Prefeito.

Carlos Eduardo Vieira,
Secretário do Planejamento Municipal.

Registre-se e publique-se.

João Verle,
Secretário do Governo Municipal.






Recentemente administração municipal nas votações das leis do Plano Diretor de Porto Alegre e Projeto de Revitalização do Cais do Porto deu seguimento a privatização da orla do rio Guaíba. O governo "Fogaça" e sua base aliada, na câmara de vereadores, aprovaram leis que nitidamente privilegiaram interesses da construção civil em detrimento do direito de todo cidadão porto-alegrense ao ambiente ecologicamente qualificado. Indo na contramão da história e da opinião pública que clama por mudanças urgentes nas políticas ligadas ao meio ambiente como forma de combate efetivo ao aquecimento global.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Justino Chaplin É Tri N° 1 - "Ato Show Fora Yeda"





Ao olharmos nossa história política, veremos que a corrupção sempre esteve presente nos bastidores políticos. A única diferença é que nos dias de hoje todo mundo fica sabendo.

O senador José Sarney (PMDB) teve a cara de pau de dizer que só tomava atitudes com amparo “na ética e na lei”.  Cinicamente citou o filósofo romano Sêneca para minimizar as acusações que vinha sofrendo afirmando que “a injustiça somente pode ser combatida com três ações: o silêncio, a paciência e o tempo. (nepotismo, passagens aéreas, nomeações secretas não tem nada a ver com ele. Note-se que o mesmo tem um neto agraciado por uma nomeação secreta).

Aqui no sul a coisa não é diferente. Os escândalos políticos se sucedem e a governadora Yeda age como se nada tivesse a ver com a pessoa dela. Parece que freqüentou o mesmo curso de cinismo do Professor Sarney.

As fraudes do Detran, o caso do depósito da Atento, O Caixa Dois da campanha, verificados na gestão da governadora, segundo ela são fatos isolados e incapazes de macular sua imagem e de seu governo.

O fato é que desde pequenote escuto falar quando acontece a fato delituoso a seguinte expressão:

- “Vamos instaurar o devido inquérito, apurar as responsabilidades e punir os culpados.”

O inquérito é instaurado, às vezes até se apuram as responsabilidades. Mas, e a punição aos culpados?  Pense. Quantos presos por Crimes de Colarinho branco você conhece? Quantos escândalos políticos envolvendo corrupção você ouviu falar nos últimos tempos?

Protegidos pelo intrincado e moroso sistema legal nossos governantes usam e abusam do dinheiro público na certeza de que se forem pegos com a boca na botija alcançarão absolvição decorridos os trâmites legais.  Aquele papinho da impunidade.

Por isso, manifestações como o Julgamento Público da Governadora Yeda Cruzes são importantes para demonstrar que nem todos estão satisfeitos com rumo dado à política no Rio Grande. Que nem todos pactuam com desmandos e a corrupção.

Justino Chaplin foi ao Ato Show do julgamento da Governadora e manifestou-se publicamente apresentando seu cartão vermelho para Yeda Cruzes. Protestando contra a nova fase que a maioria dos políticos estão a impingir a nação: “A República dos Esquisofrênicos”.


Cabe lembrar que se o povo continuar apático, este quadro maléfico tende a se agravar e que os políticos contam com esta inércia para se perpetuar no poder. A impunidade é um câncer que alastra por toda sociedade contaminando as instituições e relações sociais.


Faça como o Justino Chaplin, no trabalho, na escola, na associação ou grupo de amigos, manifeste publicamente sua opinião contra a corrupção.





terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O CORTEJO FESTIVO DE ENCERRAMENTO DA 55ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE



O trabalho desenvolvido por Carbon Kid e Eu na defesa do ambiente ecologicamente qualificado tem nos proporcionado participar efetivamente da história da nossa cidade. Ainda que nossos nomes não apareçam nos meios de comunicação convencionais, na “web” (ou WWW), fazemos um registro multimídia destas intervenções através deste blog, do ORKUT do Carbon Kid e dos vídeos do youtube.

Embora ainda não sejamos um sucesso de público, pelos menos já conquistamos o nosso espaço perante o movimento ambientalista. E a grande maioria das pessoas que tomam contato com o nosso trabalho tecem os melhores elogios. Bom para o ego e um baita incentivo continuar adiante.

Olha só algumas críticas que recebemos, as quais nos encheram de orgulho:

“Achei a Morte de Plástico Muito Simpática.” Carlos Gerbase - cineasta

“A criatividade de vocês em toda a questão do Pontal tem sido sensacional... Criam formas excelentes de dialogar.” Fernanda Melchionna – vereadora municipal

“Mais uma vez obrigado pelo trabalho o vídeo está excelente.” Philip de Lace White – pres. Movimento Cidade baixa Vive

Mas, apesar disso tudo, por ainda estarmos apreendendo a dominar as linguagens midiáticas, algumas vezes cometemos pequenos erros no nosso trabalho que não chegam a prejudicar o resultado final.

Aconteceram dois destes erros no vídeo que fizemos do cortejo de encerramento da feira do livro. Primeiro, a tradição do toque de sineta para encerrar a feira do livro de Porto Alegre tem 32 anos e não 55, como colocamos no vídeo. Ficamos sabendo através de declaração na imprensa do Xerife da Feira “Júlio La Porta”.

O segundo erro, diz respeito ao próprio senhor Júlio La Porta. Registramos no vídeo o nome dele como Salvador La Porta. Como Salvador La Porta é uma companhia dedicada à editoração, distribuição de revistas muita antiga na cidade, este erro foi um belo dum mico literário.

Xerife Júlio La Porta e o Patrono Carlos Urbim
Semanas depois, quando passávamos por uma banca de revistas na Rua da Praia, avistei seu Júlio. Fui até ele. Contei-lhe o causo e pedi desculpas pelo erro. Ele mostrou-se simpático e pareceu não se importar. Disse que bastante gente o chama de Salvador La Porta. O que me deixou mais aliviado.

O CORTEJO FESTIVO DE ENCERRAMENTO DA 55ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

Registramos quatro de nossas incursões na feira do livro. Todas, segundo nosso juízo (- se é que temos algum...) foram sensacionais. Cada uma teve seu charme e encantamento. O cortejo festivo de encerramento nos surpreendeu pela beleza poética dos momentos que vivemos.

Antes do início, populares aguardavam com ansiedade a cerimônia. Justino Chaplin estava com seu cartaz em forma de peixe e concentrou-se contemplando a bela paisagem do cais do porto.


Carlos Urbim chegou e dirigiu-se a um galpão. Lá dentro em reunião com artistas disse algumas palavras e dois acordeons começaram a tocar uma melodia muito conhecida e um coral passou a acompanhar os acordes... –Ai, ai, ai, ai... Tá chegando a hora... O dia já vem raiando meu bem... E eu tenho que ir embora...

Lá de fora escutávamos com vontade de invadir o galpão. Mas, esperamos a nossa hora para nos juntarmos ao cortejo. Feito os registros pela imprensa, lá dentro, da porta do galpão saiu Urbin com o Xerife a seu lado tocando a sineta.


Carlos Urbin à frente dava aqueles passos solenes que os noivos dão nos casamentos. A música invadiu o cais e as pessoas rapidamente passaram a seguir o patrono. O patrono mais uma vez contagiou com sua simpatia o ambiente. As pessoas o saudavam alegremente. Por onde passou deixou um rastro de poesia.

Durante o cortejo, rosas eram distribuídas aos livreiros e populares. Na medida em que o séquito avançava, mais pessoas se juntavam à celebração e uniam suas vozes num emocionado coral. – Quem parte leva saudade... Ai.a i, ai,ai...

Nesta altura do campeonato uma maré de rosas coloridas pairava sobre nossas cabeças. Livreiros recebiam as rosas e fechavam suas bancas. Havia um mútuo contentamento pelo privilégio de estar ali presenciando as sucessivas trocas de gentilezas.

Pra variar, me emocionei tanto, que estraguei parte do áudio da gravação cantando junto com multidão. Mesmo assim as imagens captadas falam por si só. São de extrema beleza poética.

Justino Chaplin brilhou no evento. Carlos Urbim portou-se e foi saudado pela multidão como um verdadeiro Cavaleiro das Letras. Por sorte estávamos lá para registrar estes sublimes momentos da nossa cultura.




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

“JUSTINO CHAPLIN” NA CELEBRAÇÃO DE ABERTURA DA 55ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE



A Feira do Livro de nossa cidade não só vende poesias, como também oferece momentos poesia. Carbon kid e Eu intuímos que ocorreria um destes durante a abertura da 55ª edição. Por conta disso, resolvemos participar do evento oferecendo um pouco de poesia e ativismo ecológico. Com este propósito convocamos nosso novo personagem “Justino Chaplin” para comparecer ao evento.

Depois da “Morte de Plástico”, ficamos com medo de ficar marcados com estigma de um único personagem na praça. Ela tinha criado uma empatia forte com a cidade e prestado grandes serviços combatendo a construção de habitações nas margens do Rio Guaíba no episódio do Pontal do Estaleiro.


Para fugir do estigma deveríamos necessariamente criar um novo personagem que falasse da vida. Porém, como a “Morte de Plástico”, o novo personagem teria que ser impactante, ter humor, poesia e grande poder de comunicação.

Foi então, que olhando um cartaz de Charles Chaplin, percebi certa semelhança com Carbon kid. Era um cartaz num banheiro de bar. Pensei, é um feito da cerveja... Mas, não era. Quando voltei pra casa, vendo um pôster do Chaplin, concluí que Kid se transformaria em Chaplin e seria o nosso novo personagem.

Fiquei “loco de contente”, quase não dei chance pro kid contestar a idéia. Na medida em que falávamos sobre a vida e a obra de Charles Chaplin, mais a idéia nos emocionava. Tratei de conseguir vídeos do Chaplin pro Kid fazer laboratório e ele aos poucos foi incorporando o personagem.



Por não se tratar de um cover do Chaplin e para conceder licença poética ao Kid, demos ao personagem o nome de: “Justino Chaplin”. Um juiz disposto a disparar cartões vermelhos contra as imoralidades e defender a natureza com a mesma disposição e bom humor que tinha o “Carlitos”, o personagem criado pelo genial artista Charles Chaplin.

(Um personagem “de responsa” e absolutamente adorável caiu mais uma vez em nossas mãos. Pretendemos manusear as cordas que lhe dão sustentação no palco com o mesmo empenho e a dedicação de seu criador original)


A escolha não poderia ser melhor. Chaplin, além de cineasta foi um grande pensador e crítico social. Denunciou em sua obra grandes problemas da sociedade moderna, tais como: a miséria, o desemprego, a ameaça dos governos fascistas, em especial o “nazismo” (seus filmes foram proibidos na Alemanha em 1930) e as mazelas do sistema capitalista (Saiu dos EUA em 1952 por conta da acusação de que era um “perigoso comunista”).

Seu personagem mais famoso foi o vagabundo Carlitos, oprimido e engraçado, este personagem denunciava as injustiças sociais. De forma inteligente e engraçada, este grande artista sabia como fazer rir e também chorar.

MAS, ONDE ENTRA JUSTINO CHAPLIN E A FEIRA DO LIVRO NESSA HISTÓRIA?

O Justino Chaplin apareceu por primeiro no show de julgamento público da governadora Yeda e depois num protesto contra o espigão da Lima e Silva. Foram duas aparições nas quais Kid afinou o personagem, comprovou o carisma da figura e complementou o processo de criação do personagem.

Optamos em fazer a estréia oficial (para nós mesmos) do Justino na abertura da 55ª Feira do Livro por que era o lugar mais nobre que encontramos. E por que queríamos homenagear o patrono da feira Carlos Urbim com a presença lúdica do nosso “Justino Chaplin”. Pretendíamos agradecer o apoio prestado por ele à campanha vitoriosa do “Não ao Pontal. Além disso, daríamos inicio a nossa nova campanha a respeito do desenvolvimento conceito “Rio Guaíba”.

A CERIMÔNIA E OU CELEBRAÇÃO DE ABERTURA DA 55ª FEIRA DO LIVRO

Para vestir o figurino do personagem, Carbon kid utilizou como camarim um banheiro da Casa de Cultura Mário Quintana. A transformação foi bárbara. Ao longo do caminho até o Cais do Porto, local onde se realizaria a cerimônia, Justino Chaplin se misturou às pessoas sendo recebido com amabilidade e sorrisos. O clima quente não foi obstáculo para o entusiasmo dele.


Quando começou a cerimônia pensamos que ia ser aquele negócio chato de discurso para cá, discursos pra lá... E de fato aconteceram os tais discursos... O dos políticos seguiu a métrica conhecida. Sempre almejando os louros aos quais não fazem jus. Esta monotonia era quebrada pela tradutora para linguagem brasileira de sinais, uma menina negra, que com cabelos com rabo-de-cavalo e luvas brancas, parecia estar fazendo homenagem ao Michael Jackson. (Lá no fundão de vez em quando cantávamos Thriller... thriller – não dava pra resistir).


Justino Chaplin dançou o hino nacional. E com seu cartaz em forma de peixe, aguardava o passeio inaugural para homenagear Carlos Urbim, entregando-lhe, humildemente, uma cópia de nossa lenda do Rio Guaíba.


Foi então, que foi dada a palavra aos “Mestres”. Charles Kiefer fez um relato do glorioso período em que esteve à frente da feira como Patrono. Inovou ao sugerir a eleição direta para a escolha do patrono. Coisa muito justa.



O Carlos Urbim subiu ao palco e nos energizou com uma alegria tão contagiante que por alguns instantes o calor desapareceu. O auditório ficou inebriado com as palavras do escritor. Ele falou de sua paixão pelo ofício de escrever para o público infantil, da sua importante missão de trazer ao mundo novos leitores . Também, da relevância do livro na formação do cidadão, da necessidade de incentivo constante à leitura e da democratização da cultura para o real desenvolvimento da sociedade.


Fez um desfile de seus livros e personagens principais. Era como se naquele momento todos os personagens estivessem ali presentes corporificados na pessoa de seu criador.

E mais... A escolha do seu nome como patrono da feira tinha para ele o significado de reconhecimento de sua obra e de seus esforços em favor da literatura. Generoso, encheu o Teatro Sancho Pança com sua felicidade e a compartilhou com os presentes. Vimos o público nitidamente emocionado com aquelas palavras. Professores foram literalmente às lágrimas.


Não podemos esquecer de uma personagem de um seus livros, “Uma Graça de Traça”, que adentrou no palco acrescentando um colorido ainda mais lúdico e surreal à cena.



Não bastasse isso, após os discursos finais, o Padrinho da 55ª Feira do Livro, saiu em direção da Feira para realizar seu primeiro passeio com o tal. Interceptado pelo a banda de um homem só, Urbim, mostrou disposição a saiu dançando que nem guri ("O Guri Daltônico"), sendo acompanhado pelos presentes, que ainda emocionados com as palavras do patrono, entregaram-se à dança celebrando aquele inesquecível momento mágico.


(No meio do cortejo Justino Chaplin recebeu parabéns do escritor Charles Kiefer. Como “Charles” em português significa “Carlos”. Fiquei pensando... Chaplin, Gerbase, Kiefer e Urbin todos eles são “Carlos” e “Geniais” por que são pessoas ousadamente simples)



Justino Chaplin seguiu este cortejo. E ao final entregou para Urbim uma cópia de nossa Lenda do Rio Guaíba. Registramos este glorioso acontecimento e voltamos para casa “pra lá de contentes”, com a certeza de que havíamos participado de um grande e mágico “momento poesia”.




Veja no youtube a estréia de Justino Chaplin na Abertura da 55ª Feira do Livro de Porto alegre acessando este link:


A Lenda do Rio Guaíba

Num passado muito distante quando não havia cidades grandes, automóveis, televisão e nem internet, uma grande seca castigou a terra dos índios Arachanes. Os rios secaram e os peixes morreram. A caça não era mais encontrada com tanta facilidade. Os Arachanes entraram em pânico com aquela situação calamitosa.

Por isso, guerreiros se reuniram e foram falar com o pajé e conselheiro Amberê. O pajé lhes disse que deveriam realizar um ritual tribal para pedir a ajuda de Cesy, a mãe natureza. Na primeira lua cheia acenderiam o fogo sagrado e em volta dele dançariam e cantariam em louvor à mãe até entrar em sintonia com a bondosa Senhora. Mas alertou:

- A mãe só nos dirá o que fazer se todos demonstrarmos que realmente nos preocupamos uns com os outros!
E, assim foi feito... O pajé conhecedor dos rituais mágicos preparou a fogueira sagrada.A celebração começou. Desta vez homens, mulheres e crianças dançaram e cantaram juntos em volta da fogueira.

Dançaram sem parar durante horas, quando de repente... As chamas da fogueira aumentaram... E uma voz doce e serena chegou aos ouvidos de toda tribo.

- Meus amados filhos da tribo dos Arachanes, o que está por vir é muito grave! O clima vai piorar ainda mais... Vocês provaram ser unidos e que tem amor uns pelos outros. Eu posso sentir isto nesta noite mágica. Por isso, num sonho mostrarei ao Pajé Amberê, onde podeis encontrar um lago. Em volta deste lago vocês poderão sobreviver durante estes dias difíceis. Mas, isto só será possível se seguirem as regras que ensinarei ao pajé...
Após ouvirem estas palavras as chamas voltaram ao normal e todos em silêncio foram para suas ocas. Com os primeiros raios de sol na manhã seguinte a tribo se reuniu em frente oca do pajé. Amberê foi até eles e disse::

Nossa mãe cumpriu com a palavra! Mostrou-me o caminho do lago. Também, ensinou as coisas que devemos fazer para que todos sobrevivam quando chegarmos lá. A água do lago pertence a todos, deve ser usada para matar a sede, cozinhar, tomar banho e também para o cultivo de alimentos para todos. Todos devem cuidar e morar longe das margens do lago, nunca jogar lixo ou restos de animais nas águas do lago. Na estação da caça, nunca abater fêmeas prenhas ou com filhotes, caçando apenas o suficiente para satisfazer a fome da tribo. Pescar somente nas estações mais frias, quando faltam alimentos para os homens e os animais. Se cortarem uma árvore para fazer uma oca; plantem outra. Ela estará pronta para construir um abrigo para seus filhos quando ele crescerem.

Depois de ouvirem o pajé Amberê, cada membro da tribo foi até sua oca pegar seus pertences para partir em busca do lago.

Foi uma jornada penosa. Às vezes faltavam forças para dar um único passo à frente. Então, Amberê relembrava as palavras da mãe natureza. Isto encorajava todos a seguir adiante. Passaram por regiões muito devastadas pela seca. Lugares onde antigamente corriam rios, agora davam lugar a uma terra seca e rachada.

Por todos os lados carcaças de animais mortos e aldeias abandonadas. Todos se perguntavam sobre onde teria ido parar toda aquela gente. Quando a desesperança se abateu sobre todos, alguns guerreiros começaram a duvidar das palavras da mãe natureza e questionar os conhecimentos do pajé. Foi então, que chegaram num vale gigantesco e no meio do vale avistaram o lago.

No vale, além do lago haviam pequenos arbustos desbotados e retorcidos espalhados por todas as direções. Seguindo as orientações do pajé, os Arachanes construíram suas ocas bem longe do lago.

A vida era difícil, mas a tribo não passava fome. Pequenos frutos colhidos nos arbustos eram repartidos entre todos. Sempre tinham cuidado de deixar alguns frutos nos arbustos para alimentar os animais que apareciam no vale. Os alimentos cultivados nas hortas eram consumidos nos dias em que não encontravam frutos ou animais para abater.

As chuvas voltaram aos poucos , fazendo o lago aumentar de tamanho. O verde se espalhou pelo vale e animais selvagens já podiam ser vistos com freqüência. Os ensinamentos da mãe natureza eram seguidos e respeitados por toda tribo.

A roda do tempo girou e os pequenos arbustos deram lugar a uma floresta de árvores altas. O lago alimentado pelas chuvas cresceu a ponto de ficar bem próximo da aldeia. Então, Amberê reuniu a tribo e disse:

– Irmãos da Tribo dos Arachanes! Nós teremos que levar nossas ocas para longe das margens do lago. Por que assim nos ensinou a mãe...

O guerreiro Cauré um filho rebelde protestou. Falou que não havia necessidade de mudar para longe por que o Lago era grande o suficiente para todos morarem em sua volta. Também, disse que os tempos eram de fartura e que Amberê estava muito velho para comandar a vida da tribo dos Arachanes. Pior, não acreditava mais em Cesy, mãe natureza.

Cauré não se mudou e sua atitude o foi copiada por toda tribo. Pajé Amberê ficou desolado com a tribo. Sabia que havia uma razão para que todos seguissem os ensinamentos da mãe natureza. Magoado, juntou as poucas coisas que possuía e foi morar numa serra próxima ao vale.

Sem a presença de Amberê para orientar a vida da tribo, os ensinamentos da mãe natureza foram logo esquecidos. As ocas se multiplicaram à beira do lago. As hortas comunitárias foram abandonadas e o mato tomou conta.

Nas caçadas, os guerreiros abatiam mais animais do que necessitavam para matar a fome da família. O resultado eram muitas sobras, ossos e carcaças que pela proximidade eram impiedosamente jogados no lago.

Para fazer ocas de maior conforto, a tribo derrubou as árvores crescidas nos últimos anos.

As ocas maiores ocuparam praticamente toda orla do Lago. Espantando os animais que se abrigavam nas árvores ou que iam até ao lago beber água.

A maioria destes animais terminou por abandonar o vale e foi procurar outro lugar, mais tranqüilo, para morar.

Além de restos de animais, os Arachanes adquiriram o péssimo habito de jogar no lago todo o tipo de objetos que não lhes tinha mais serventia. O lixo e os animais mortos jogados nas águas poluíram toda a orla, causando a morte de milhares de peixes. A água contaminada provocou doenças, feridas pelos corpos. As crianças foram as que mais sofriam. A peste e a fome mais uma vez ameaçou a tribo.
Sem alternativas só restava procurar o pajé e para pedir ajuda. Levaram vários dias até que encontraram o pajé. Ele estava morando em uma caverna no alto de uma montanha. Após ouvir as queixas da tribo, o pajé desabafou:

- Irmãos, nossa mãe nos guiou até este lago. Além disso, ela devolveu a esperança na vida quando restava apenas aguardar pela morte. Ouviu nosso pedido de socorro e ensinou como superar as dificuldades. Mas, vocês desprezaram estes ensinamentos. Vejam a tragédia que aconteceu: os peixes morreram, os animais sumiram e a floresta foi devastada.
Continuou...

- Aqui do alto acompanhei com muita tristeza o desatino de todos e a destruição do vale pelas próprias mãos dos Arachanes. Procurem os índios mais velhos da tribo. Eles dirão como foi que chegamos a este vale. Desta vez não poderei ajudá-los. Lembrem-se, para conseguir falar com nossa mãe terão que agir de forma corajosa, despretensiosa e persistente.

De volta à aldeia, os índios mais novos da tribo souberam do ritual que os antigos haviam feito para entrar em sintonia com a mãe, das regras ensinadas por ela e da difícil jornada até encontrar o Lago.

Diante do caos em que se encontravam trataram de preparar mais uma vez o antigo ritual tribal.

Na primeira noite dançaram e cantaram até não agüentar mais. Porém, nada aconteceu. Quando o sol preparava-se para nascer no horizonte, o guerreiro Urissanê, tomou coragem e em frente todos, assumiu sua culpa por ter se afastado dos ensinamentos da Mãe Natureza. Seu gesto foi repetido por todos os guerreiros mais velhos. A tribo se dispersou silenciosamente após todos prometerem que na noite seguinte tentariam novamente entrar em sintonia com Cesy.

Também, na segunda noite, a mãe natureza não se manifestou. Alguns já pensaram em se entregar à morte, quando o guerreiro Arani disse: - Irmãos, não percam as esperanças. Enquanto pudermos ficar em pé, teremos que continuar. Devemos isto aos nossos filhos. Eles não podem ser prejudicados pelas atitudes erradas que nós tomamos.

Na terceira noite ficou acertado que só participariam da dança os mais velhos. Os jovens guardariam suas energias para partir em busca de um novo local para morar.

A dança começou bem cedo. Por volta da meia noite os vigorosos passos foram trocados por um arrastar de pés. Mas, ninguém desistia. Quando alguém caía no chão, o guerreiro Cauré estendia sua mão, levantava o irmão e a dança mística continuava.

Um por um os guerreiros foram tombando. Até que sobrou em pé apenas Cauré. Ele continuou cantando e dançando sozinho até que as forças lhe faltaram. Então, caiu de joelhos e ao bater no chão exclamou:


- Sei que não somos merecedores, mas... Perdão, ó minha mãe!

Neste exato momento, fachos de luz saíram da fogueira e iluminaram a aldeia. As chamas aumentaram e a voz da Mãe Natureza foi ouvida por toda Tribo:

- Meus queridos, os erros de um filho sempre trazem dor ao coração de uma mãe. Mas, ela sempre está pronta para perdoar este filho quando sente que ele realmente está arrependido do mal que praticou.

Os guerreiros caídos aos poucos começaram a se levantar e os mais novos deixaram as ocas para se aproximar da fogueira. Mãe natureza continuou:

- Apesar do sofrimento que vocês estão enfrentando, para mim hoje é uma noite de alegria. Pois, não há felicidade maior para uma mãe do que ver que um filho que seguiu pela trilha do mal, reencontrou novamente o caminho do bem. Por isso seus esforços serão recompensados. Podeis ir tranqüilamente para as suas ocas... Amanhã vocês terão uma grande surpresa!

Todos seguiram as ordens da mãe e lentamente dirigiram-se para as ocas.

No outro dia ao sair das ocas a tribo quase não acreditou no que viu. O lago havia se transformado num imenso rio de águas correntes. Concluíram, que era um presente da mãe natureza para a tribo dos Arachanes e deram ao rio o nome de Guaíba.


Na beira do rio avistaram o Pajé, que estava a admirar aquele belo cenário. Cheios de alegria a tribo cercou o pajé. O Pajé Amberê aproveitou a oportunidade e falou:

- Meus Irmãos, eu espero que vocês nunca mais esqueçam o que acontrceu aqui. Lembrem-se, de sempre proteger a água do rio dos Arachanes. Pois água é o nosso maior tesouro. Sem água a floresta não cresce e os animais desaparecem. O guerreiro mais valente perde suas forças e vai ao chão como se fosse golpeado por um inimigo invisível. Preservar a água, é também preservar a vida.
O pajé falou que seu tempo na terra dos Arachanes estava por terminar. Iria embora com felicidade no seu coração, pois seu povo havia recuperado juízo. Alertou que todos viveriam felizes para o resto de suas vidas se continuassem seguindo os ensinamentos da Mãe Natureza.

Assim que parou de falar, o Pajé Amberê abriu caminho na multidão e partiu rumo às montanhas que cercavam o vale e nunca mais foi visto.

FIM



GLOSSÁRIO
Amberê: tupi-guarani, sf. relâmpago.
Arachanes: Pertencem a grande família dos índios Guaranis, apontados como os moradores mais antigos das margens do rio Guaíba. Foram dizimados com a chegada dos imigrantes açorianos em 1714, mais pelas doenças dos brancos (gripes etc..), do que por conflitos. Também conhecidos por índios “Arachas ou Arachanes que eram ótimos nadadores o nome “Aracha – Arachanes” significa PATOS por isso o nome Lagoa dos Patos (Lagoa dos Arachas).
Arani: tupi-guarani, sf. Tempo furioso.
Cauré: tupi-guarani, sf. Espécie de Gavião.
Cesy: tupi-guarani, sf. Mãe Superior.
Guaíba: tupi-guarani, sf. lugar onde o rio se alarga ( gua (grande) + y (água, rio) + ba (lugar) ).
Tupã: tupi-gurani, sf. Deus.
Urissanê: tupi-guarani, sf. Vagalume, pirilampo .

INDIOS ARACHANES

Os índios Arachanes pertencem à família dos Índios Guaranis. Habitavam de Norte a Sul e pelo centro do atual Rio Grande do Sul, entre a Serra Geral e a Lagoa dos Patos. Alguns estudiosos estimam que esta ocupação tenha se dado por volta de 6.500 anos A.C.. Os Arachanes praticavam a agricultura e eram conhecidos por ser uma tribo organizada e pacífica.

Foram eles que deram ao rio dos porto-alegrenses o nome de “Guaíba”, que significa na língua Guarani, lugar onde o rio se alarga (gua (grande) + y (água, rio) + ba (lugar) ).

Quando os primeiros exploradores espanhóis e portugueses, no século XVI, vieram a conhecer a terra dos Arachanes, a região onde atualmente se encontra a cidade de Porto Alegre, encontraram na localidade os índios Arachanes.

Através desta tribo os colonizadores ficaram sabendo que o rio largo que corria naquelas belas paragens se chamava Guaíba.

Mais de 300 anos se passaram e as coisas mudaram radicalmente no território dos Arachanes. Os arachanes desapareceram da face da terra, mas o nome do rio não.

Ultimamente, alguns intelectuais encasquetaram em chamar este rio de lago. Mas, o povo continua dizendo que as águas que banham a cidade de Porto Alegre são as águas do “Rio Guaíba”. Não há como duvidar deste fato. O povo tem sabedoria. Afinal, a voz do povo é a voz de Tupã.

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POAemMovimento é coletivo de arte, dedicado a exercer a voz da cidadania, com o uso sem restrição, de toda e qualquer forma de expressão artística.

Advogado e Artista Plástico

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