domingo, 8 de março de 2009

Quem (?) & Kid Enfrentam os Poderosos Parte 07

A "MORTE DE PLÁSTICO" ABRE O JOGO

Durante uma pausa na manifestação, que fazia a favor do Pontal do Estaleiro, na audiência pública, do dia 05.mar.2009, Câmara Municipal de Porto Alegre, a “Morte de Plástico” conversou comigo. Numa conversa franca e aberta revelou-me coisas interessantes sobre seu passado e a importância que atribui ao trabalho dos nossos vereadores que andam fascinados pela ESPECULAÇÃO.

“Morte de Plástico”, fale um pouco do seu passado.

_Veja bem, meu caro Quem (?), O que vou dizer não é nenhuma revelação bombástica. Também, não se trata de nenhuma bravata. Já que sou a coisa mais certa nesta vida. Está tudo registrado nos livros de história, nas antigas mitologias, nos ritos tribais. Venho trabalhando há milênios, sendo muito conhecida na antiguidade, principalmente na Grécia antiga. Quando o apóstolo João me redescobriu em sua terceira visão, eu já fazia muito sucesso.

Por sinal, sou bem mais antiga que o barbudo de Nazaré. Sou um cavaleiro do apocalipse, tenho um cavalo baio e minha missão é extirpar a vida do homem. Para ele (João) trabalhamos para “Deus” (risos discretos...). Minha missão é a morte, coisa que me satisfaz a qual faço muito bem. Na maioria das vezes trabalho sozinho, mas quando me junto com meus irmãos o resultado é bem mais legal.


Tenho três irmãos, todos cavaleiros do apocalipse, como eu. Um é o da Conquista, às vezes o chamam de anti-Cristo, ele tem um cavalo branco. Em sua representação mais freqüente segura o arco, terror do mundo romano no século I. Outro tem por missão a Guerra (sangue, assassinato) é sempre visto num cavalo vermelho. Tenho ainda outro irmão, o do cavalo negro, este luta pela peste (também conhecido como: cavaleiro da obscuridade; da maldição). Segura uma balança, representando o colapso econômico, que levaria a uma alta do preço dos alimentos, por conseguinte a fome. Por isso, “Quem (?)”, tu deves entender, que não são meras coincidências os fatos estão acontecendo nos últimos anos. Eu meus irmãos somos muito competentes no trabalho e estamos dispostos a por um fim neste mundo. Afinal trabalhamos pro cara lá de cima.

Não estou me gabando ao exaltar nossa competência. Se você perceber, cheguei na terra brasilis, com meu irmão, o cavaleiro da “Conquista”, na companhia dos colonizadores europeus. Na época a população indígena era de aproximadamente de 5 milhões de índios. Fizemos um excelente trabalho se você comparar com os números atuais da população indígena. Em 500 anos de história exterminamos cerca de 50.000 índios por ano. É ou não é, ma prova de serviço eficiente de qualidade, meu caro “Quem(?)”?   (sorriso de cantinho...)

Hummmm... Lembrei, agora... Na idade média, século XIV, eu e o cavaleiro da peste fizemos um alvoroço tremendo. Matamos, no mínimo, uns 25 milhões de pessoas, tem até gente que acredita que somando com Ásia este número tenha chegado à casa dos 75 milhões de viventes. Todos flagelados pela “Peste Negra”. Que tempo bom!

Diante desta rápida explanação, “Morte”, vejo que você é determinada e incansável no trabalho. Mas, conte-nos agora, porque se auto- intitular: “Especulação”?

_Olha “Quem(?)”, eu até ia te corrigir. Especulação não é uma nova face da Morte. Já usei este artifício no começo do século passado. Eu explico melhor. No final do século XIX, a revolução sanitária, fez com que eu tivesse uma curva decrescente na minha demanda de trabalho. No popular, morreu menos gente. Meu irmão, o da peste, andou relaxando no trabalho. Como a única coisa que não mata é serviço. Convoquei o Cavaleiro da Guerra. Ele armou uma escaramuça internacional no começo do século XX. Que culminou, em 1914, com o assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando. Num atentado terrorista de um grupo sérvio chamado de “mão negra”. O estopim da primeira guerra mundial. Que belezura! Morreram 10 milhões de pessoas no conflito. Um belo resultado, mas não fiquei satisfeito.

Por isso, contratei Stalin, para dar uma força na Rússia. Ele, sob o comando do cavaleiro da guerra, me surpreendeu me trazendo a quantia inimaginável de 17 milhões de mortes. Isto é que é um “camarada de reponsa”.

Hummm... Eu estava falando de especulação... Após a primeira guerra mundial a humanidade sofreu grandes e rápidas mudanças em todos os campos do saber. Sabia que a sofisticação acabaria por fazer com que o cavaleiro da guerra perdesse um pouco sua importância. Então chamei o cavaleiro da peste, que também serve ao obscurantismo, e lhe disse: - “Vá para o mercado financeiro e compre tudo que puder pelo dobro de preço”. Foi batata. Todos passaram a pensar que o lucro alto e fácil era possível se você tivesse ações nas bolsas de valores. E os investidores passaram a se engalfinhar para adquirir ações sem se importar se as empresas de quem compravam títulos poderiam restituir as importâncias investidas. Pagava-se por um valor alto ditado pela o espírito da Especulação. O resultado foi uma super valorização dos papéis, que ficaram com valores fora da realidade. Então, em 29 de outubro de 1929, caiu o pano e bolsa de Nova York teve uma perda de 90% nos negócios realizados. Este dia para mim foi inesquecível e ficou conhecido com ”Black Tuesday”. Milhões de pessoas no mundo perderam seus empregos e foram morar nas ruas. Houve uma agradável epidemia de suicídios entre empresários. Mas o mais importante, a fome e a inflação que se seguiram, fez reabrir as feridas deixadas pela primeira guerra mundial, escancarando as portas para um novo e mais sangrento conflito mundial: a segunda grande guerra.


29 de outubro de 1929






Note meu querido “Quem (?)”, como a Especulação é poderosa... Fez um brutal guerra renascer e mais uma vez manchar de sangue a história do homem numa proporção que ocidente jamais tinha visto. Quanto ao número de mortes na segunda guerra, posso afirmar com orgulho que amealhei cerca de 46 milhões de pessoas. (mais risos...) 

Muito bem, “Morte de Plástico”. Poderia nos falar por que veio a Porto Alegre e qual sua relação com os vereadores da capital?

- Primeiro, devo dizer que vim pessoalmente ao sul em 1845, buscar os lanceiros negros do General Neto, mortos na emboscada do “Serro dos Porongos”. Adoro a traição. Esta falta de caráter todos os dias me manda alguns fregueses e você sabe, “Quem (?)”, que eu não sou capaz de rejeitar ninguém. Atualmente no oriente médio eu apenas supervisiono a matança. Eles possuem tanto ódio um pelo outro que às vezes tenho até ciúme por não precisar dar aquela empurradinha. O mercado financeiro, no momento está a cargo do cavaleiro negro, “a peste”. Parece que ele está fazendo muitos progressos. Não demora, estou colhendo as primeiras almas das vítimas do colapso mundial.



Escolhi Porto Alegre, porque é capital dos gaúchos. Sei da fama da retidão de caráter deste povo. Não iria à Brasília, por exemplo. Lá, Collor, Sarney, Calheiros já fazem muito por mim a “Morte de plástico”. No norte do Brasil, que é terra sem lei, os comandantes do desmatamento estão abrindo caminho para o cavaleiro da Peste, o cavaleiro da guerra às vezes aparece por lá. Mas, é claro que o cavaleiro do sangue derramado dá mais atenção aos judeus, palestinos, iraquianos, americanos e talibãs. Uma vitória minha, “Morte”, em Porto Alegre, um dos poucos redutos de sanidade do Brasil, significa desmoralizar os gaúchos. Por isso, vim aqui mostrar minha cara, ajudar na destruição do Guaíba. Desejo, que a maioria das pessoas moradores da cidade sintam que as suas vontades não valem de nada frente à força do dinheiro e interesses espúrios. Para concluir: se o meio ambiente estiver destruído, descaracterizado, impróprio para o convívio do homem, melhor, mais acelerado será fim do povo gaúcho. (risos neuróticos...)

E, quanto aos vereadores?


- Sei que muitos deles são discípulos do capeta. Arrivistas de primeira linha, a idéia do lucro fácil os transformam em meus grandes aliados. Sabe como é “Quem (?)”, com tantos anos de profissão, não costumo me enganar, conheço um canastra assim que coloco a foice sobre ele.

Quem são seus amigos na Câmara?

- Não posso dizer, por questões de sigilo profissional, também acho que a divulgação desta informação seria prejudicial aos negócios. Apesar de alguns deles serem conhecidos e portadores de trajetória notoriamente suspeita. Se você olhar fixamente para alguns deles verá em seus olhos as chamas da ganância cintilando como brasas ardentes.

Quanto tempo pretende ficar na cidade?

- Olha meu caro “Quem (?)”, pretendendo ficar instalado aqui por pouco tempo. Estou sentindo que a maioria dos vereadores de Porto Alegre estão capacitados para levar minha bandeira adiante. Pois, percebe-se que eles são pós-graduados em especulação e demagogia. Por quê? Você gostou da minha companhia? (riso amarelo...) Calma, amigo “Quem (?), você é pessoa do bem... Seu encontro comigo, quem escolhe hora e dia é cara lá de cima. (risos debochados...)


quinta-feira, 5 de março de 2009

Quem (?) & Kid Enfrentam os Poderosos Parte 06



Prezados Amigos:

Famoso Quem (?) , conseguiu uma entrevista exclusiva com a Morte de Plástico, que veio a Porto Alegre apresentar sua nova face: "A Especulação".

Numa conversa franca e aberta, ela revela detalhes sobre seu passado, suas expectativas para futuro e os motivos que a fizeram largar suas ocupações no oriente médio, África e mercado financeiro internacional para apoiar a destruição do Guaíba.Aguardem...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Quen (?) & Kid Enfrentam os Poderosos Parte 05




Primeiro como aperitivo, veja-se o curioso bilhete afixado num dos banheiros da Câmara Municipal de Porto Alegre

Agora, sim...

A Abertura da Legislatura/Desdobramentos do Causo “Pontal do Estaleiro”

 

Legislatura, para os menos informados, legislatura corresponde ao período de atividade da câmara desde a posse dos vereadores até o término de seus mandatos. Tempo em que nossos integrantes do poder legislativo exercem sua nobre função como guardiões dos interesses povo, de quem são fiéis (?) representantes (?). Geralmente, a abertura de uma legislatura é feita em sessão de caráter solene.

A Abertura da Legislatura Câmara Municipal de Porto Alegre em 04.02.2009

A nossa foi solene somente nos primeiros momentos. Discursos, saudações, o prefeito em exercício, em ataques de otimismo, alardeava obras, para o desenvolvimento da cidade. Vai ter dinheiro do PAC, ele com certeza não têm o desejo de perder sua parte na gerência destes negócios (projetos dupla Grenal / Pontal). Terminado o intróito “para inglês ver”, desceu do palanque para retirar-se do recinto.

“Não falou nada sobre as tampas de bueiro rebaixadas por toda cidade/abalos do solo na Álvaro Chaves/Falta de manutenção e segurança de parques e praças públicas/semáforos mal localizados/corredores de ônibus centralizados e não ao longo da calçada/Baltazar demora e “barberagem” na execução da obra/plano diretor que caminha para a sucumbência a interesses corporativistas/os problemas crônicos no sistema de saúde/falta de fiscalização em desmanches e depósitos que compram fios derretidos que são devolvidos às fábricas via caixa 2/ “espraiação” das firmas de segurança particular, notoriamente contrárias aos mandamentos constitucionais/ o parco incentivo às atividades culturais/ a inexistência de sólida política educacional ambientalista.”

Ficou parecendo, que o prefeito em exercício, governa uma cidade perfeita e de altos negócios, uma que não a nossa mui amada cidade de Porto Alegre.

Leitura da pauta

Terminado isto, começou na mesa diretora dos trabalhos, leitura de pauta, requerimentos, que nenhum vereador se quer prestou atenção. Uma leitura formal. O prefeito em exercício, usando de falta de educação atendeu ali mesmo aos holofotes da imprensa. Poderia fazê-lo noutro lugar para mostrar respeito. Mas, não. Pessoas falando pra ninguém. Muitos desarquivamentos e PEDIDOS DE DIÁRIAS/ PASSSSSSSAGENSSSSSS AÉREAS...

vereador discursa para ninguém...
Então, os discursos das lideranças partidárias saldando a abertura da legislatura. Vereadores conversam em grupelhos. Tagarelam, dão risadas e ninguém presta atenção ao colega que discursa. É como se o discursante “FALASSE CÁS PAREDES”. Falta de coleguismo, desrespeito com o dinheiro público, já que para realizar aquela pantomima gastam-se energia elétrica para manter um sem número de refletores de alto consumo e refrigeração suficiente para meia dúzia de escolas, bem como um número de seguranças maior que três casas de bingo reunidas. Tudo para um infeliz fazer declarações para seus pares que se quer prestam atenção. Apenas a platéia, que à espera de boas novas, aos poucos vai também perdendo interesse pelos pobres discursantes.

É duro ser vereador...


Temas de alguns discursos:

Um vereador apresentou condolências a político, que perdeu o filho de 19 anos. Belas palavras para um justo penar. Eu e alguns na platéia comentamos o dom da oratória do palestrante. Ele demonstrou sentimentos autênticos. Pelas suas respeitosas palavras recebeu quatro aplausos perdidos no ambiente.



Outro, em primeira legislatura, levou algumas páginas, que lia nervosamente como um colegial errando as vírgulas. Esse passou até do tempo concedido. Mas, mostrou personalidade. Leu sua xuraminhonga até o final. Mesmo diante do desinteresse de seus pares.


Já um terceiro, dito macaco velho na política, aproveitou para falar do balanço da Prefeitura. Tudo bem, se não fosse apenas para fazer link com o governo Lula. Ele pode falar mal de quem quiser. Mas, ele é pago para fiscalizar os atos do prefeito e não os de Lula. Poderia fazê-lo em outro local, já que tem visibilidade pública, seria mais produtivo para a cidade.


Muita agitação, trabalho que é bom...





Resumo da Ópera: Assim caminha a nossa “Democracia Representativa(?)”.

Kid faz break pra aguentar o palavrório


A Especulção tem amigos na Cãmara



Desdobramentos no Causo do “Pontal do Estaleiro”

Depois da lamentável sessão de abertura da Legislatura do parlamento municipal. Os vereadores e o prefeito em exercício imprimiram celeridades nas suas ocupações. Com a cidade vazia, em razão do verão, trataram de encaminhar assuntos importantes para fugir de possíveis polêmicas. Foi o que aconteceu com a votação do veto do prefeito ao projeto do Pontal. Nos poucos dias que antecederam a votação apareceram somente pequenas notas nos jornais, assim a grande parte da população se quer ficou sabendo. E a data marcada foi para 09 de fevereiro de 2009.


Neste dia pairou no ar um clima de “algo de podre no reino da Dinamarca”, na câmara e o resultado foi pela manutenção do veto com o seguinte placar:



27 votos favoráveis, três contrários e quatro abstenções. Os vereadores João Antonio Dib (PP), João Carlos Nedel (PP) e Ervino Besson (PDT) abstiveram-se da votação e os vereadores Bernardino Vensdrusculo (PMDB), Haroldo de Souza (PMDB), Elias Vidal (PPS) e Reginaldo Pujol (DEM) votaram contrários à manutenção do veto.


Mas, quando a esmola é demais o cego desconfia... O prefeito vetou, mas enviou o mesmo escandaloso projeto de volta à câmara com uma única diferença, a necessidade de consulta popular para a execução do projeto Pontal do Estaleiro e (ou) Favela Chique.


Uma audiência pública foi marcada para tratar do assunto no dia 05 de março na Câmara de vereadores. Estaremos lá para conferir e lutar pela saudável relação do cidadão com o Lago Guaíba.

É assim que querevos ver as margens do nosso "Rio"



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quem (?) & Kid Enfrentam os Poderosos parte 04



Dupla GreNal Esculhamba a Cidade

Eram duas da tarde, a câmara de vereadores estava praticamente vazia, alguns militantes ecologistas estavam presentes. Palavras de Carbon Kid: “- O clima era revoltante a mim, Carbon Kid, tanto pelo calor escaldante da cidade quanto pelo espetáculo (ambicioso e medíocre) reinante na Câmara Municipal de Porto Alegre.” Estava em jogo o projeto da dupla Grenal para inserir Porto Alegre na rota da copa do Mundo de futebol 2014.

Uma panacéia de discursos eufóricos e incoerentes defendia interesses aparentemente vantajosos para a cidade. Mas, que no fundo tinham a ver com interesses especulativos e danosos para o porto-alegrense. As palavras faziam transparecer a outra face de quem as proferia... A face da ganância. Aproveitando-se da possibilidade de haver jogos da copa do mundo na cidade, dirigentes da dupla Grenal e políticos, lançaram-se na implantação de projetos megalomaníacos para seus estádios e arredores. Sem se importar se estes projetos trariam incômodos à população porto-alegrense. Talvez, cegos pelas vultosas comissões, ou o vislumbre de cargos administrativos, ou pelo corporativismo que a ocasião poder-lhes-ia proporcionar.


Quem conhece Porto Alegre sabe que a região do bairro Azenha sofre com o trânsito que se afunila em sua avenida principal. A idéia dos gremistas era construção de espigões no local do atual Olímpico. Piorando ainda mais as condições de circulação de trânsito da região. Felizmente tiveram que baixar a bola e altura no empreendimento. Já que as bancadas por obviedade caíram em si com relação à densidade demográfica com altura de prédios, estrutura viária e sanitária do local. Quanto à nova localização do estádio do Grêmio, como colorado, não estou satisfeito, poderia ficar ainda mais longe. Quem sabe até em outro município ! O Grêmio conseguiu autorização para fazer seus espigões na zona norte. Mas, parece que esta parte do projeto também terá que baixar a bola. Seus prédios invadem a área de escape das aeronaves do aeroporto Salgado Filho.

Já o Internacional queria conturbar o trânsito do bairro Menino Deus, também com uma série de espigões onde se encontra o estádio dos Eucaliptos. Além disso, aprovar uma obra deste porte, sem a devida análise de impacto do solo, sugere um amadorismo irresponsável por parte dos nobres edis (vereadores). Pois, poderia correr-se o risco da fragilização da base de sustentação da hidráulica do Menino Deus, por exemplo. Os mais antigos podem imaginar o que poderia acontecer se mais uma vez esta estação viesse a se romper. O colorado, foi outro que teve baixar sua bola, sob pena de ficar fora da copa. Mas, mesmo assim conseguiu razoável autorização para aumentar seu território, com contrapartidas.

(Outras inconveniências da Instituição Nacional de Futebol repousam no mercantilismo exacerbado de técnicos e jogadores, nos campeonatos suspeitos (Dualib...& Cia), na sonegação do INSS (ganharam loteria pra tapar seus furos – o cidadão comum não tem esta moleza). E, mais recentemente as pessoas deste meio, em nossa cidade, emplacaram uma nova faze: “a da especulação imobiliária”.)

No caso da dupla Grenal, a causo foi mais além. Pois, para realizar estes ingloriosos feitos, seduziram a Câmara de Vereadores com argumentos pseudo-desenvolvimentistas, vindo a alterar a Lei do Plano Diretor da Cidade, afiançados pela paixão do povo pelo nobre esporte bretão. Outro lance de mudança da lei, NA NOSSA CIDADE, em razão de interesses escandalosamente corporativistas travestidos de interesses sociais.

MAIS UMA VEZ A PAIXÃO DO POVO FOI ENGARRAFADA E USADA COMO MOEDA DE TROCA POR ESPERTALHÕES. (A VELHA LEI DE GERSON)

Registra-se, que os dois projetos estão orçados em R$ 300.000.000,00. Contando com os recursos do PAC de Lula em apoio farra ufanista futebolista, mais as colaborações do governo do Estado, a cifra para a execução destes empreendimentos ultrapassa MEIO BILHÃO DE REAIS... EU DISSE MEIO BILHÃO DE REAIS!!!

INDISCUTIVELMENTE ESSE DINHEIRÃO TODO FAZ FALTA NA EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA, TRANSPORTE E SANEAMENTO.

Mover-se-á meio bilhão de reais a pretexto da execução de dois joguinhos de seleções obscuras em Porto Alegre.

Para a sessão plenária de votação dos projetos da dupla Grenal, fizemos cartazes para expressar nossas opiniões. O meu dizia: ESPIGÕES + TRÂNSITO = CAOS. Frase repetida pelo vereador Adei Sell, em seu discurso na busca consenso para aprovar os projetos com diminuição da altura dos prédios. Por uma incrível coincidência, no século passado, Adeli foi meu mestre de Inglês no segundo grau, na escola estadual de Ipanema.

Sugeri que Carbon Kid fizesse um cartaz que falasse diretamente aos vereadores. Ele fez dois, um dizia : DINHEIRO FÁCIL + INTERESSES MEDÍOCRES = TORMENTO SOCIAL! ; o outro?

- Vejam o que aconteceu pelas próprias palavras de KId:

“Ao chegarmos, por um equivoco, fomos parar no lado do pessoal que era a favor do projeto, que nos ofendiam baixinho, isto, aliás, foi muito engraçado.

Já no lado certo, com os primeiros cartazes abertos, vestíamos as camisetas da dupla Gre-Nal. Havia atrás de nós, um grupo de torcedores colorados, que movidos pelo ódio irracional invocaram-se comigo por estar usando a camisa do time oposto. Mas logo o calor me bateu, e tirei aquela camisa, apaziguando os nervosinhos que não perceberam que aquela manifestação não se tratava de futebol, e sim de POLÍTICA URBANA!

E de novo aqueles discursos absurdos...

Então, tomado por um ato de coragem, abri meu segundo cartaz, que dizia: "VEREADOR CORRUPTO" e tinha desenhado um monte de bosta com cifrões o sobrevoando. No mesmo instante o Presidente da Câmara parou a sessão, e mandou que me identificassem e tirassem o cartaz. Todos os olhos e câmeras presentes, se voltaram para nós. Flashes me cegavam e alguém tentava tirar meu cartaz, era um segurança que ansiava por me "aconselhar" na sala da segurança.

O Presidente cometeu um atentado contra minha sagrada cidadania brasileira, ao ordenar que seguranças me identificassem e recolhessem meu cartaz. Cerceou minha liberdade de manifestar meu pensamento. Tudo isto, bem em frente à imprensa e público presente. Constrangendo-me, cometeu sério atentado contra a liberdade de expressão, direito que é garantido a todo cidaddão brasileiro, pelo Artigo 5º, incisos IV e IX , da Constituição da República do Brasil, de 5 de outubro de 1988.


Pelo ato de coragem de se expor tão abertamente na cova dos leões, Carbon kid recebeu cumprimentos de inúmeros presentes.
A corrupção no Brasil é um assunto notório amplamente divulgado pela mídia. Também é velha conhecida da população. Haja vista, a infindável seqüência de escândalos envolvendo nossos políticos da terra brasilis. Aliás, alguns dias atrás, um Político renomado, o Dr. Alceu de Deus Collares afirmou em TV aberta que 90% de nossos políticos SÃO CORRUPTOS! Sendo um político experiente e renomado sua afirmação só pode ser merecedora do mais alto crédito... Portanto, o cartaz de Carbon Kid não trazia nenhum absurdo ou novidade. Estava no lugar certo e enquadrava-se plenamente no contexto!

A propósito a escaramuça de Carbon Kid, foi mui bem flagrada pelas lentes da RBS. Assista o grande lance de Kid dando um jogo de corpo e consciência cidadã no segurança da Câmara Municipal de Vereadores, acessando o Link ( "ESSE EXAGEROU...") a seguir:






Nossos agradecimentos aos fotógrafos e ecologistas Eduíno; Cezar do Fórum Municipal de Entidades, que cederam as imagens de Kid sofrendo atentado contra sua liberdade de expressão.




Na postagem seguinte: A confirmação do veto do prefeito e a consulta popular sobre a ocupação habitacional da orla por condomínios de luxo.



A especulaão adora os projetos da Dupla GreNal

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Quem (?) & Kid Enfrentam os Poderosos Parte 03



PROTESTOS NA 54º FEIRA DO LIVRO


Todos nós, favoráveis ao desenvolvimento racional da cidade Porto Alegre, não nos sentimos derrotados com a aprovação do projeto do Pontal (12.11.2008). Haveria ainda um trâmite legal para sacramentar a decisão do parlamento municipal (apreciação do prefeito) para transformar esta barbaridade em lei. Neste ínterim, poderíamos continuar a luta pelo acesso irrestrito do cidadão porto-alegrense às margens de seu amado Rio Guaíba. Uma questão emblemática para reconstrução do vínculo do cidadão com o Rio.

Até, por que a sessão que aprovou o projeto repercutiu muito na imprensa, sendo considerada, por muitos, como histórica pelo embate passional travado entre vereadores e vereadores; e vereadores com manifestantes contrários. O barulho foi tanto, que a cidade acordou para o fato. Virou comentário nas ruas. Criando esperanças para um possível Veto do Prefeito. Sabe como é... Nosso alcaide anda sonhando em ser governador e...

Enquanto, Carbon Kid e Eu, discutimos e nos preparamos para uma nova exposição, no ano corrente, resolvemos nos dedicar à defesa de alguns direitos inerentes à cidadania. Entre eles posso citar: a liberdade de expressão, o acesso à informação, a cultura e ao convívio social saudável em ambiente natural qualificado. Por isso a derrota na câmara nos fez muito bem. Pois, de acordo com um antigo provérbio chinês, a derrota só é bebida amarga se concordarmos em tragá-la. Com este intuito, perseveramos em nossos propósitos e mesmo não fazendo parte de nenhum grupo civil organizado continuaríamos dando nossa contribuição à causa do chamado “Pontal do Estaleiro”.

Pensando numa oportunidade de manifestar nossa opinião, em público, lembrei que a Feira do Livro 2008, terminaria no dia 16 de novembro de 2008. A tradição reza que o xerife da feira, Júlio Laporta, encerra o evento percorrendo a feira tocando uma sineta, a este sinal as bancas vão se fechando paulatinamente, tudo é acompanhado pelo patrono da feira, convidados, público e pela imprensa. Neste momento são distribuídas rosas vermelhas às mulheres presentes. Estas imagens são sempre necessariamente mostradas e ou comentadas em todos os órgãos de imprensa. Achei boa esta oportunidade. Invadiríamos este momento com cartazes contra o “Pontal do Estaleiro”.


Pensamos em frases para Carbon fazer 2 cartazes com dizeres diferentes nos quatro lados. Mas, por falta de material ele fez um só que dizia de um lado, “não a favela chique do pontal do estaleiro” e do outro, “pontal do estaleiro especulação escancarada”. Fiquei fulo, se soubesse deste problema teria feito eu o serviço. Mas, pelo menos ele fez com dizeres criados por mim.

No começo daquela tarde fazia muito calor e por conta da trapalhada dele discutimos e ele foi pro gasômetro. Disse, que iria para lá depois, mas antes faria uma passeata de um homem só. Foi um sucesso, quase não podia caminhar, parava para dar incansáveis explicações sobre o que estava acontecendo. Muitas manifestações de apoio.


Desci até o gasômetro onde Carbon me esperava com umas pequenas (garotas). Conversamos demos risada e nos preparamos para o misancene. Como faltava cartaz, improvisei com uma folha de ofício um cartazete de dois lados com os dizeres, porto-alegrense proteste e orla é do povo.

Chegamos na feira e nada de encerramento. Percorremos, com nossos cartazes, várias vezes a feira, sempre recebendo calorosas manifestações de apoio. Por fim, Havia um show de banda pernambucana muito cativante. Peguei cartaz da favela chique e fui dançar em frente do público com uma menina de mais ou menos quatro anos. Ela fazia coreografias e eu repetia e vice-versa. Tinha outras pessoas na roda. O ambiente era de descontração total. A haste do cartaz dobrava parecendo que ia quebrar, mas não. A agitação foi tão boa que o vocalista da banda desceu para dançar com a gente, o carnaval se instalou.
Começou a cerimônia de encerramento. Lá ia, bem a frente do cortejo, o xerife tocando sineta junto do patrono, Charles Kiefer, políticos e expoentes literários. Conseguimos nos posicionar atrás deles. Assim o um bando de fotógrafos e cinegrafistas na nossa frente que registravam o encerramento, também registravam nossos cartazes de protesto. Onde havia câmeras registrando, corríamos para lá e exibíamos os cartazes. Funcionou e bem. Até tentaram nos retirar duas vezes do cortejo, mas rosnei tão forte que o cara viu que era encrenca certa e me largou de mão. Às vezes nos misturávamos com saltimbancos que com uma bandinha acústica tornavam o evento mais poético.

No final do cortejo os políticos e patrono foram discursar e subimos no palanque, sem que percebessem, ficando de novo por detrás deles. Na metade do palavrório fomos descobertos em cima do palco. Tentaram nos expulsar. Resistimos e vieram seguranças. Carbon Kid quase apanhou, intercedi para que isso não acontecesse e descemos do palco, mas ficamos fazendo um vai e vem em frente ao palanque.

Trabalho realizado, enquanto descansávamos da agitação, veio um cinegrafista e nos deu parabéns pelo trabalho.

Ao chegar em casa, Fui assistir o Tele domingo e lá estávamos nós, na reportagem do encerramento da feira. Depois Vieram notícias de aparecimento em outros canais locais de TV. Além disso, nossos cartazes apareceram na capa do Correio e encarte central; no Sul, onde os cartazes aparecem nitidamente.

Mais uma vez sentimos o gosto do dever cumprido. Fomos à feira para divulgar nossa opinião contrária ao “Pontal do Estaleiro” para o público presente e principalmente para imprensa e conseguimos. Dias depois sobreveio a notícia do veto do prefeito ao projeto.





Os literatos presentes também protestaram quebrando a tradição.Em vez de rosas, por corte de verbas, distribuíram marcadores de página, com cartum de Edgar Vasques, uma rosa no papel, presa a um pequeno livro, atrás uma xuraminhonga. Tenho alguns, são históricos.







Também não achei mais no clic RBS o link do Tele Domingo do dia 16.11.2008, entrarei em contato com eles. Se não forem schulleper comigo, em breve publico o link no blog. Na próxima postagem: “Carbon Kid sofre atentado contra seu direito à liberdade de expressão em plena sessão e por ordem do presidente da Câmara de vereadores de Porto Alegre, Vereador Sebastião Mello”.



VEM AÍ: "A MORTE DE PLÁSTICO" HEHEHEHEHE!!!!!! "MORTE DE PLÁSTICO"

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quem (?) & Kid Enfrentam os Poderosos Parte 02


O POVO EM AÇÃO & A PATÉTICA BANCADA PARLAMENTAR


Primeiro: posso atestar que o Pontal se constitui em sítio de beleza paisagística inquestionável. Pois, tive o privilégio de trabalhar por alguns meses naquele local, no ano de 1996, quando a artista plástica Tina Felice transferiu seu atelier para o Estaleiro. Os enormes galpões, sobras de maquinário e ferramentas gigantescas conferiam ao local um aspecto de sambaqui pós-moderno surreal, afinal trabalharam ali mais de 3000 operários ao mesmo tempo. E o “visú”? – Belezuratotal! Dali é possível assistir no fim de tarde ao espetáculo das luzes do centro se acendendo.

Pode-se, ao mesmo tempo, apreciar a silueta moderna dos prédios do centro administrativo, da catedral e da chaminé do gasômetro. Mas, o mais legal, são as passagens de embarcações, elas passam muito rentes à orla.

Os navios, que abastecem o pólo de Triunfo, por exemplo, podem ter até mais de 4 deques (plataformas)acima do convés.

O simples vislumbre destas naves em marcha, manobrando tão próximas, causa encantamento, já é por si só um atrativo turístico fantástico, que necessita poucos investimentos públicos para o deleite da população e visitantes.

Retornando ao assunto, quando tomei conhecimento que a primeira votação na câmara municipal do projeto do pontal,em setembro 2008, havia sido suspensa sob protestos e também por de uma liminar. Pensei: -Puts...Porque não estava lá? Daí, fiquei ligado. De formas, que ao saber pela imprensa da nova data, convoquei o Carbon, para participar da campanha. Discutimos sobre frases, compramos plástico e fizemos 3 faixas. Uma dizia que orla era do povo; outra era pelo desenvolvimento racional e a terceira falava que o Guaíba era nosso e citava o artigo 226, V, de nossa Constituição:


Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem;
V- os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.


O dia da votação, 12 de novembro, foi aguardado com ansiedade. Fazia um agradável dia primaveril. Cheguei na câmara por volta das 13:30min, havia um telão no pátio externo e representantes do sindicato da construção. Sabia que para ingressar no plenário seriam distribuídas senhas. Aos poucos os representantes de diversos grupos contra o projeto foram aparecendo. Fiquei mais aliviado.

Faltava o pessoal da UFRGS. A imprensa se fazia presente em massa. O ambiente estava por demais silencioso.

De repente, ao longe, ouvi gritos de uma passeata se aproximando. Era o DAFA, Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura, da UFRGS.

Tive a idéia de ir em direção ao séquito e me juntar a ele. Eles estavam muito bem organizados. Entreguei uma faixa pra eles e guardei as outras para o embate que se seguiria. Com eles além faixas e palavras de ordem, havia um providencial palhaço um menino ironicamente fantasiado espigão. Entramos no pátio da câmara fazendo muito alarido e sob os flashs e holofotes da imprensa. A batalha havia começado.

A guarda Municipal fez um cordão de isolamento (agora eles estão armados) em frente ao plenário e o circo pegou fogo. Houve quase um princípio de tumulto na distribuição de senhas, mas a boa educação e a Dona Democracia resolveram o assunto.





Então, começaram os discursos lá dentro, transmitidos simultaneamente pelo telão, lá fora. Cerca de duas horas, após minha chegada chegou o Carbon, vindo do trabalho. Passei-lhe as informações do estava acontecendo e nos juntamos aos protestos passando a exibir nossas faixas, fazendo revezamento de mensagens.

Apareceram para a luta contra o projeto o cartunista Santiago, a artista Zorávia Betiol, a escritora Tânia Failace, o companheiro Silvio XXX(grande Baluarte das lutas sociais da cidade), o pessoal da UAMPA, da Fundação Luttzemberger e a galera do DAFA, Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura, entre outros.


Sem dúvida nenhuma, a cada discurso dos edis defensores do projeto, ficava evidenciada a total falta elegância, ética, conhecimento e até competência de alguns destes parlamentares. Na ânsia de defender suas idéias especulativas, deixavam transparecer sua falta de tato para dirimir assuntos corriqueiros da administração de nossa cidade. Este lamentável espetáculo fazia com que a grandessíssima maioria de presentes ficasse pasma e injuriada por se sentir tão mal representada no parlamento municipal. Ocasionando cada pronunciamento, a favor do Pontal, uma chuva de vaias que ecoavam pelo plenário e em frente à câmara.



O clima era semelhante ao de um estádio de futebol, quando juiz deixa de marcar um pênalti indiscutível.
Teve vereador que para defender o projeto, apresentou foto do local mostrando lixo acumulado. Deu um tiro no próprio pé. Pois, limpeza e conservação é obrigação do proprietário. Além disso, fiscalização dos atos do executivo, é obrigação principal da vereança (Evidentemente sendo ele representante do povo e sabedor da sujeira, deveria acionar o órgão competente – DMLU, para as providências de estilo). Demonstrou ser negligente em seus deveres para com a cidade e ainda arranjou um requerimento, no ato, de multa para o dono do imóvel, a quem prestava serviços de defesa.


Outro nobre vereador, em acesso de fúria, chamou os manifestantes contrários ao projeto de “escória da cidade”. Para quem não sabe, escória significa gentalha, plebe, ralé. Faltando com o decoro ao agredir verbalmente os presentes com o uso de chulismo. Isto é, utilizou como argumento expressão baixo calão. Verdadeiro caboclo querendo ser inglês. Espero que este fato esteja devidamente registrado nos anais da casa. Pois, o nobre edil não só cometeu uma ofensiva grosseria, como atentou contra a democracia maculando um de seus fundamentos basilares, isto é, a livre manifestação do pensamento. Deve no mínimo uma retratação ou punição de seus pares.

Um vereador narradorzinho de futebol ameaçava constantemente processar manifestantes em delirantes surtos coléricos e espumantes, que eram transmitidos ao vivo pela TV câmara. Graças a isso recebeu uma metafórica chuva de moedas. Note-se, que no futebol a emoção exacerbada até é cabível, mas no trato de interesses públicos, pela seriedade que se exige é notoriamente descabido o fricote ou frescoletagem, como queiram. Ainda bem, para esse infeliz, que não se exige laudo psicológico para o exercício de cargo parlamentar. Nas palavras de Miguel Reale Júnior, o verdadeiro homem inteligente possui um forte e marcante traço de humildade em sua personalidade. Por este critério nosso narradorzinho, tranquilamente seria um dos últimos colocados na fila das pessoas inteligentes. Afinal, oportunismo não é sinônimo de inteligência.
Todos nós, os contra ao projeto, nos esforçávamos. Mas, a cada votação de destaque, emenda, ou requerimento para adiar votação, nossa pretensões eram derrotas. Então fazíamos mais e mais barulho dentro e fora plenário. Os vereadores sentiam a pressão e discutiam entre si. Perdiam a compostura aponto de se digladiarem entre si em frente aos presentes e as câmeras. Denúncias de compra de votos circulam em abundância pelos corredores, além daquelas que vazaram na imprensa. O caldeirão fervia pleno vapor.

Então, houve racha no nosso lado, sabedores que projeto não seria aprovado, alguns do contra queriam esvaziar o platéia para não legitimar a votação. Outros queriam ficar naufragar honrosamente sem abandonar o navio. Um debate se instalou entre as lideranças. Mesmos cansados, pois já passava da 21:00hs, a proposta de sair foi vitoriosa, nos levantamos e fizemos o máximo de barulho que podíamos conseguir, tanto que os vereadores ficaram um pouco assustados, pensando que iríamos invadir o plenário seguranças ficaram apostos. O griteiro era assustador, fomos para o saguão de entrada e ficamos pulando, gritando e cantando por mais de dez minutos, foram entoadas palavras de ordem e finalizamos com o Hino Riograndense.

Eu e Carbon Kid apostávamos na tradição do movimento estudantil na UFRGS e não nos desapontamos, o pessoal do DAFA, neste dia da votação deu show de competência e organização, fazendo rodízio de pessoas no plenário, servindo lanche aos presentes e levando até lá fora notícias das movimentações votações. Não posso esquecer de dizer, que o Sanduba deles tava muito bom. Encontrei fotos deles no clic RBS nas fotos da sessão neste Link:

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2291716.xml

Muito nos valeu os aguerridos momentos. Pois, reforçamos mais o gosto pela defesa do direito de cidadania contra a vilania. - Puxa até rimou... Carbon Kid, até apareceu nas reportagens da RBS, no final da sessão, gritando : PAAANTA! (de sacripanta). O link no site deles para esta reportagem se perdeu. Fiz um pedido. Se vier, poremos à disposição dos leitores, para ver Kid em plena ação. Obs.: A parte 03 versará sobre o protesto de FQ e CK no encerramento da feira do livro.

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Advogado e Artista Plástico

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