No começo dos anos 1990, o Farol, era muito divertido. Mas,
a coisa ainda era precária. As casas de alugar só tinham latrinas, poucas
tinham chuveiro. O que levava grande parte dos turistas até casas de banho na
prainha, que tinha chuveiro quente com água vinda de poços artesianos. As filas
de banho eram verdadeiros eventos sociais, onde mais da metade das armações
nunca se realizavam, hora de contar os sobreviventes pra próxima jornada, saber
das novidades. Também, era hora da crueldade. Quando algum novato demorava no
banho, caía a chave de luz e água esfriava. Seguia-se um grito ou gemido. A
galera se finava, dando altas gargalhadas ou vaiava. Ninguém avisava o novato,
só pra dar umas risadas e pegar no pé do vacilão.
A fama da noite no Farol durou mais alguns anos com os bares
de sinuca, regae e rock. Mas, o lugar
foi enchendo, com esgoto a céu aberto, tudo mais caro e os primeiros cercados.
Os surfistas caretearam... Continuava-se passando dia com mesma roupa, os
acelerados encontros e desencontros noturnos persistiam. Certa feita, ouvi duma paulista sua admiração
pelo lugar. Segundo ela, ninguém ia ou curtia a praia de manhã, saiam para
passeios à tarde e na noite parecia que todos se multiplicavam. Entendi, mais ou menos.
“O que atraía e ainda atrai gente ao Farol é um visual
selvagem, os rochedos, Morro do Céu e o Farol. O Farol reina soberano no alto
do morro de dia e sobre tudo à noite, quando além de sua função principal, a de
guiar os navegantes, cria uma atmosfera romântica no seu entorno, entrando
pelas janelas, passando pelas casas, rochedos e morros.”
Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta
https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI
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