sábado, 16 de maio de 2015

Perigo no Calçadão de Ipanema 1 - POA/RS

O calçadão de Ipanema, inaugurado por Olívio Dutra, é uma das joias da cidade de Porto Alegre. Sua simplicidade se harmoniza com a beleza da baía de Ipanema, comprovando que se pode revitalizar a orla do Guaíba sem o auxílio de projetos caros e mirabolantes.

Por estas características é natural que ele se transforme em palco de diversas manifestações da urbanidade porto-alegrense.  Há gente que utiliza o passeio público para esportes, lazer e até para palanque político. O calçadão é uma vitrine da cidade.

Há bom tempo, estivemos num encontro com representantes de Associações do Bairro, da Câmara Municipal e do Executivo e, levamos uma pauta para qualificar ainda mais o espaço.

Lembramos a todos, que nos primeiros mil metros de calçadão, existe apenas uma única rampa exclusiva para portadores de necessidades especiais, sem comunicação com outra na calçada oposta. Coisa inadmissível para moldes contemporâneos. Não bastasse isso, ressaltamos que faixas de pedestres, fora das normas técnicas, expõem a riscos de acidentes idosos, crianças e portadores de necessidades especiais.


Tendo em vista, o uso do calçadão para atividades generalistas e o grande fluxo de pessoas que circulam no local, trazemos de volta estes temas específicos, uma vez que se trata de assuntos de extrema de importância para a segurança direta dos usuários do calçadão. Para tanto, segue este ensaio fotográfico (melhor do que desenhar) para refrescar a memória ou sensibilizar aqueles que ainda não prestaram atenção no assunto. 





















Fotos, texto e edição: Leonel Braz
Performance: Willis Carmo

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta - 2015


Passei um tempo sem ir até o Farol. Grande parte da beleza visual ainda pode ser apreciada. Foi fácil perceber em 2015, as casas “de cinema” que chegaram com tudo, as cercas variadas e o trânsito em mão única. Não se pode mais cruzar o local por onde bem entender. Não sei o que aconteceu, mas não tem mais diversão noturna.  As pousadas se multiplicaram. A falta de saneamento adequado faz com que o solo não consiga absorver o excesso das fossas sépticas e o esgoto é drenado para a prainha. O cheiro do esgoto é insuportável. Mas, alguns menos avisados ainda usam a prainha.

A beleza do morro do céu resiste, apesar da falta de trilhas orientadas, obras de contensão de encostas e as motos que dão início à erosão. A praia do sul - Cardoso e a do norte - Galheta estão em condições. Galheta por ser deserta, oferece uma bela extensão para caminha de aproximadamente 4 Km. Ainda não sofreu ataque direto da especulação imobiliária. Ainda, por que existe um condomínio da Família Ronaldinho rondando esta praia. Também, existe um condomínio fechado no Cardoso, com torre e vigia e tudo mais.

Também, paira uma séria ameaça aos sítios arqueológicos do Farol chamados sambaquis. Os sambaquis são enormes depósitos à céu aberto, de restos de comida acumulados a milhares de anos, locais por vezes usados cemitério, alguns os chamam de concheiros ou casqueiros. Os restos apontam para uma população muito volumosa, que teria habitado toda aquela parte do litoral brasileiro.       


Quando nos anos 1.500 os primeiros navegadores chegaram até lá encontraram a tribo dos Carijós, um grupo bem numeroso. Porém, este grupo não se compara às estimativas populacionais feitas com base nos estudos dos sambaquis. Estes sítios pré-históricos, já foram usados para aterrar ruas, em concreto de construções e por vezes são estilhaçados por turistas e motos. Os sambaquis são pré-históricos. Em Laguna foram encontrados sambaquis com até 5 mil anos de idade. 
























quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Farol de Santa Marta – Anos 1990


No começo dos anos 1990, o Farol, era muito divertido. Mas, a coisa ainda era precária. As casas de alugar só tinham latrinas, poucas tinham chuveiro. O que levava grande parte dos turistas até casas de banho na prainha, que tinha chuveiro quente com água vinda de poços artesianos. As filas de banho eram verdadeiros eventos sociais, onde mais da metade das armações nunca se realizavam, hora de contar os sobreviventes pra próxima jornada, saber das novidades. Também, era hora da crueldade. Quando algum novato demorava no banho, caía a chave de luz e água esfriava. Seguia-se um grito ou gemido. A galera se finava, dando altas gargalhadas ou vaiava. Ninguém avisava o novato, só pra dar umas risadas e pegar no pé do vacilão.

A fama da noite no Farol durou mais alguns anos com os bares de sinuca, regae e rock.  Mas, o lugar foi enchendo, com esgoto a céu aberto, tudo mais caro e os primeiros cercados. Os surfistas caretearam... Continuava-se passando dia com mesma roupa, os acelerados encontros e desencontros noturnos persistiam.  Certa feita, ouvi duma paulista sua admiração pelo lugar. Segundo ela, ninguém ia ou curtia a praia de manhã, saiam para passeios à tarde e na noite parecia que todos se multiplicavam.  Entendi, mais ou menos.


“O que atraía e ainda atrai gente ao Farol é um visual selvagem, os rochedos, Morro do Céu e o Farol. O Farol reina soberano no alto do morro de dia e sobre tudo à noite, quando além de sua função principal, a de guiar os navegantes, cria uma atmosfera romântica no seu entorno, entrando pelas janelas, passando pelas casas, rochedos e morros.”

Vídeo de Verão 2015 no Farol de Santa Marta 

https://www.youtube.com/watch?v=anOrl9QgnkI

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POAemMovimento

POAemMovimento é coletivo de arte, dedicado a exercer a voz da cidadania, com o uso sem restrição, de toda e qualquer forma de expressão artística.

Advogado e Artista Plástico

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